Relatório da Polícia Federal revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o general Estevam Cals Theofilo, comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), no dia 9 de dezembro de 2022. O objetivo do encontro, segundo as investigações, seria organizar o apoio militar para um golpe de Estado. As informações foram obtidas a partir de mensagens recuperadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Plano para atentar contra Lula, Alckmin e Moraes
As mensagens no celular de Mauro Cid também apontam a existência de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A conspiração, denominada “Punhal Verde e Amarelo”, previa ações coordenadas por integrantes das Forças Especiais do Exército, conhecidas como Kids Pretos, para impedir a posse de Lula e implementar o golpe.
Os envolvidos monitoravam ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo Moraes, e consideravam sua detenção e possível execução como parte do plano.
Operação Contragolpe
Nesta terça-feira (19/11), a Operação Contragolpe foi deflagrada pela Polícia Federal para investigar e desarticular a conspiração. Foram expedidos:
5 mandados de prisão;
3 mandados de busca e apreensão;
15 medidas cautelares, autorizadas pelo STF.
Entre os presos estão:
General Mário Fernandes, militar reformado e assessor do ex-ministro Eduardo Pazuello;
Helio Ferreira Lima, militar;
Major Rafael Martins de Oliveira, ligado às Forças Especiais;
Um policial federal, que também está entre os alvos.
As ações ocorrem em várias cidades, incluindo Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro e Manaus, com acompanhamento das Forças Armadas.
Implicações para Bolsonaro
O relatório inclui trocas de mensagens entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, ex-assessor especial de Bolsonaro, sugerindo que ambos acompanhavam de perto a execução do plano. As evidências reforçam a narrativa de que o ex-presidente teria buscado apoio militar para um golpe, colocando-o no centro das investigações.
O caso pode intensificar as pressões legais contra Bolsonaro, já envolvido em outras apurações sobre sua conduta enquanto chefe do Executivo e no período eleitoral.
Próximos passos
As investigações seguem em andamento, com novas evidências sendo analisadas pela PF e pelo STF. A recuperação de arquivos apagados no celular de Mauro Cid foi crucial para a identificação do esquema e poderá implicar outros envolvidos no plano de golpe de Estado.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:ISTOÉ Independente
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