A partir de 1º de dezembro de 2024, a África do Sul será o primeiro país africano a presidir o G20, marco histórico que ocorre 30 anos após o fim do apartheid. A presidência sul-africana simboliza não apenas uma vitória nacional, mas também a maior representatividade do continente em um fórum de relevância global. Este ano, a Cúpula do G20 será realizada no Rio de Janeiro, movimentando a cidade e trazendo lideranças mundiais para debater temas centrais de economia, desenvolvimento e sustentabilidade.
A transição simbólica para a presidência do G20 aconteceu no Congresso Nacional, durante a 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20). Na ocasião, a parlamentar sul-africana Annelie Lotriet recebeu a presidência do P20 de Arthur Lira (PP-AL). Em seu discurso, Lotriet destacou a importância de uma maior presença africana nas negociações internacionais e reafirmou o compromisso do país com a promoção dos direitos humanos e a paz.
Brasil no Comando e a Preparação para o G20 no Rio
O Brasil, atual presidente do G20, já iniciou os preparativos para a 19ª Cúpula de Líderes do G20, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. Estima-se que 40 chefes de Estado e 60 delegações internacionais estejam presentes, o que coloca a cidade sob um intenso planejamento de segurança e logística. Em paralelo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, receberá delegações de mais de 100 cidades estrangeiras para o Urban 20 (U20), evento de diplomacia entre cidades focado em temas de economia, clima e desenvolvimento urbano.
Além disso, o G20 Social, iniciativa popular do governo brasileiro, acontecerá até o dia 17 de novembro. Neste evento, representantes discutirão questões sociais com foco na erradicação da fome, redução da pobreza e desigualdade, e na necessidade de reformar a governança global.
Presidência do G20 e o Papel Africano
A presidência rotativa do G20, estabelecida anualmente desde 2011, reflete a diversidade econômica e política dos países-membros. A entrada da África do Sul no comando do G20 coloca o país e o continente africano em evidência global. Com um histórico de luta por igualdade, o país se compromete a defender pautas como a redução da pobreza, a sustentabilidade e o combate à desigualdade, temas que estarão na agenda da presidência sul-africana.
Durante o P20, a delegação africana — composta por países como Angola, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe — enfatizou o papel crucial das mulheres africanas na liderança e na luta por igualdade de gênero. Em um discurso impactante, Carolina Cerqueira, presidente da Assembleia Nacional de Angola, destacou os desafios enfrentados pelas mulheres em regiões rurais, que lidam com barreiras culturais e preconceitos de gênero.
Um Marco Global: Expectativas para o Futuro do G20
A liderança sul-africana no G20 traz novas perspectivas para o continente africano e para as políticas globais. A partir de 2025, espera-se que a África do Sul use sua posição para promover maior representatividade dos países em desenvolvimento e fomentar políticas que atendam às necessidades de seu continente. Esta presidência poderá consolidar a África como voz ativa em questões de governança global, sustentabilidade e justiça social, além de reforçar o papel do G20 como agente de cooperação econômica e estabilidade global.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:BBC
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