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Meninos da Geração Z Enxergam o Feminismo como Ameaça? Pesquisas e Opiniões Revelam Contradições.

Apesar de serem mais progressistas em várias questões sociais, como imigração, multiculturalismo, justiça racial e direitos LGBTQIA+, muitos jovens da geração Z ainda encontram dificuldades para aceitar o feminismo. De acordo com pesquisas da Ipsos (2023) e da organização Hate and Hope (2020), 52% dos meninos dessa geração acreditam que a promoção da igualdade de gênero chegou a um ponto que prejudica os homens. Essa visão é compartilhada por grande parte dos homens da geração Y (nascidos entre 1982 e 1994), sendo até mais comum do que entre gerações anteriores, como os baby boomers (1946 a 1964) e a geração X (1965 a 1981).

Para Maria Eduarda, estudante de odontologia, essa resistência está ligada ao medo de que a masculinidade seja colocada em risco. Ela relata ter vivido uma situação na faculdade em que um colega desmereceu seu trabalho ao ser elogiada por um professor homem, insinuando que o reconhecimento só veio por ela ser mulher.

A especialista em geração Z, Thaís Giuliani, ressalta que essa geração, em sua maioria, é menos machista que as anteriores, com foco maior na diversidade e inclusão. No entanto, as mulheres ainda enfrentam desafios, como a desigualdade salarial e a baixa representatividade em cargos de liderança. Segundo uma pesquisa da Vila Nova Partners, apenas 5% dos CEOs no Brasil são mulheres, e dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que as mulheres ganham, em média, 20,7% menos que os homens pelo mesmo trabalho.

Giuliani também explica que as jovens da geração Z têm uma preocupação natural com as questões de igualdade, já que muitas vezes vivenciam o preconceito diretamente. Maria Eduarda, por exemplo, destaca o ambiente das redes sociais como um espaço onde o machismo se manifesta de forma agressiva. Ela acredita que o anonimato encoraja atitudes hostis, e, mesmo que tente se posicionar, nem sempre é fácil lidar com os ataques.

A relação entre redes sociais e o comportamento geracional é inegável, segundo Thaís Giuliani. Ela pontua que, especialmente entre os jovens de 17 a 19 anos, há uma pressão estética exacerbada nas plataformas digitais, o que afeta as dinâmicas sociais e o comportamento dos adolescentes, intensificando os desafios relacionados ao feminismo e à igualdade de gênero.

Fonte:Metrópoles
Foto:Correio Braziliense

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