Os países ocidentais, incluindo Alemanha, França, Itália e Reino Unido, condenaram os ataques do Exército de Israel contra as forças de paz da ONU no Líbano, exigindo que as agressões à Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) cessassem imediatamente. A Unifil, composta pelos chamados capacetes azuis, desempenha um papel essencial na estabilização do sul do Líbano, e os ataques são considerados seguros do direito humanitário internacional, de acordo com uma nota conjunta desses países.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou que os ataques aos capacetes azuis “podem constituir crimes de guerra”. Mesmo assim, o chefe das tropas de pacificação da ONU, Jean-Pierre Lacroix, afirmou que as forças da Unifil manterão suas posições no território libanês, apesar da pressão das Forças de Defesa de Israel (IDF) para que saiam da região. “Foi decidido que a Unifil continue em todas as suas posições, apesar dos apelos israelenses para que abandonem as áreas próximas à Linha Azul”, declarou Lacroix.
O mais recente aconteceu no domingo (13/10), quando dois incidentes israelenses minutos destruíram o portão de uma base da Unifil e foram planejados no local por 45. Um foguete israelense disparou próximo a uma das instalações da ONU, deixando cinco soldados da Unifil feridos. As autoridades da ONU acusaram o exército israelense de agir de forma “deliberada” e “repetida” contra suas tropas. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou as acusações e afirmou que o exército pediu várias vezes para que as tropas da ONU deixassem uma zona de conflito temporariamente, onde o Hezbollah, segundo ele, estaria usando instalações da Unifil para ataques .
Netanyahu reforçou sua postura de continuar atacando o Hezbollah “sem piedade” em todo o Líbano. No último ataque do grupo Xiita, um drone foi usado para bombardear uma base de treinamento da Brigada Golani, força de elite do Exército israelense, resultando na morte de quatro soldados e ferindo outros 60. No Líbano, o Ministério da Saúde informou que um bombardeio israelense a um vilarejo de maioria cristã deixou 21 mortos.
Marina Calculli, pesquisadora do Centro de Pesquisas Internacionais do Instituto Sciences Po Paris, explicou que Israel vê a Unifil como um obstáculo à invasão e um órgão de supervisão que documenta as revelações do direito internacional, como o uso recente de fósforos branco pelo exército israelense. Para ela, a aliança entre Israel e os EUA está buscando mudar regimes na região, incluindo o Líbano, Síria, Iraque e Irã.
As IDF confirmaram um ataque a um centro de comando e controle dentro de um complexo que abrigava o Hospital Mártires de Al-Asa, na Faixa de Gaza, resultando em quatro mortos e vários feridos. Imagens circuladas nas redes sociais mostram cenas de vítimas queimadas durante o ataque.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Folha – UOL
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