Cientistas descobriram o queijo mais antigo já registrado, datando de 3.600 anos, em tumbas no deserto de Taklamakan, no noroeste da China. Os restos de queijo foram encontrados mumificados, possivelmente usados como um lanche para a vida após a morte. Essa descoberta ocorreu após uma década de pesquisa, durante a qual os cientistas conseguiram sequenciar o DNA do queijo e identificar o tipo de fermento utilizado.
A equipe liderada pela paleogeneticista Qiaomei Fu analisou amostras e confirmou que o queijo era um tipo de kefir, ainda popular hoje. O estudo, publicado na revista Cell, revela insights sobre como os humanos utilizavam micróbios para melhorar a fermentação de alimentos e oferece uma nova perspectiva sobre as interações culturais ao longo do tempo.
As múmias pertenciam ao povo Xiaohe, conhecido por suas práticas culturais intrigantes e por serem geneticamente isolados. Os pesquisadores descobriram que esse grupo não misturava diferentes tipos de leite, uma prática comum em outras regiões. A análise do queijo revelou espécies bacterianas semelhantes às encontradas nos grãos de kefir modernos, desafiando a ideia de que o kefir se originou exclusivamente na região do Cáucaso.
Além disso, o estudo também mostrou como as bactérias probióticas evoluíram ao longo dos anos, revelando uma conexão com um grupo menos comum originado no Tibete. A pesquisa destaca a complexidade da produção de alimentos na antiguidade e sua importância para a vida humana.
Os resultados sublinham que a fermentação do leite era uma prática comum e necessária, não apenas para preservação, mas também para tornar o alimento mais digerível. A produção de queijo pode ter começado muito antes, possivelmente há mais de 9.000 anos, mas o queijo encontrado é o mais antigo já documentado.
Essas descobertas não apenas iluminam o passado alimentar da humanidade, mas também oferecem uma nova visão sobre a evolução das práticas de produção de alimentos e a interação dos seres humanos com os microrganismos.
Fonte/Foto: CNN Brasil
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