Uma demonstração de força física e mental deu a Isaquias Queiroz a medalha de prata no C1 1000m das Olimpíadas de Paris. Remada a remada na final da categoria, o baiano de Ubaitaba transformou a frustração no C2 500m no dia anterior em pódio hoje (9), com uma arrancada espetacular no últimos 250 metros para sair do quinto ao segundo lugar.
Martin Fuksa, da República Tcheca, levou o ouro com a melhor marca olímpica da categoria: 3m43s16 – o tempo do brasileiro foi de 3m44s33. Serghei Tarnovschi, da Moldávia, completou o pódio, em terceiro (3m44s68).
Com a medalha, Isaquias chegou ao quinto pódio olímpico na carreira e se igualou aos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael em segundo entre os recordistas do Brasil. A ginasta Rebeca Andrade lidera o ranking, com seis medalhas.
“É uma sensação de alívio, muita felicidade. Não foi um ano fácil para mim. Essa medalha, para mim, é como se eu tivesse sido campeão olímpico. É um peso que tiro das minhas costas. Muita gente não acreditou em mim, pelos meus resultados nesse ano. Eu estava bem atrás. Lembrei que o Sebastian (filho) pediu o ouro. O ouro não deu, mas fico feliz de subir no pódio e entregar essa medalha para ele, que faz aniversário em agosto, e para toda a minha família. Chegar aqui e ser prata, ser porta-bandeira do Brasil, representar minha Bahia, meu Brasil, obrigado por todo mundo que acreditou em mim. Eu saí de uma modalidade pequena, e hoje o Brasil inteiro sabe do tamanho da canoagem – disse o canoísta.
“É um peso que eu tiro das minhas costas”, diz Isaquias Queiroz após prata no C1 1000m nos Jogos de Paris 2024
Isaquias contou também com a torcida da família em Paris. A esposa Laina Guimarães e os filhos Sebastian, de 6 anos, e Luigi, de 1 ano, marcaram presença nas arquibancadas da raia olímpica desde o início das disputas da canoagem de velocidade.
O bicampeonato olímpico da prova ficou distante diante do desempenho impecável de Martin Fuksa, mas Isaquias mostrou por que é um dos grandes canoístas da história. Depois de um começo acirrado, o brasileiro ficou para trás. Era o quarto na linha dos primeiros 250 metros.
Enquanto Fuksa sobrava na frente e abria vantagem, Isaquias chegou a cair para quinto. Foi essa a posição dele faltando o quarto final da prova (250m), a quase dois barcos de diferença para Zakhar Petrov (Atletas Individuais Neutros) e Serghei Tarnovschi, segundo e terceiro colocados no momento, respectivamente.
A partir de então, Isaquias acionou o “modo turbo” e atropelou os adversários para ganhar três posições e fechar em segundo, garantindo a 16ª medalha do Brasil em Paris. A exaustão dele ao deixar a canoa, se jogando no chão, é o retrato do tamanho do esforço que precisou fazer para colocar a medalha de prata no peito.
Fonte: Blog do Riella
Foto: Divulgação – COB -Alexandre Loureiro
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