Termômetros na capital russa mediram 5,6 graus Celsius neste mês, valor mais alto já registrado em dezembro nos últimos 133 anos. Carpete de neve artificial despejada na avenida Tverskaya, Moscou
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A prefeitura de Moscou despejou neve artificial no centro da cidade para as festas de Ano Novo, já que a capital russa passa pelo inverno mais quente desde 1886.
A prática gerou estranhamento nas redes sociais. Um tuíte da conta @WildWildMoscow brincou que agora “você pode comprar qualquer coisa com o orçamento de Moscou – até inverno”.
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É um cenário distante do “General Inverno”, as famosas temperaturas abaixo de zero que ajudaram a derrotar Napoleão e Hitler.
Porém, um pouco de neve caiu na cidade na tarde desta segunda-feira (30/12), e há mais neve prevista para o fim da semana.
O chefe da agência de previsão do tempo da Rússia, Roman Vilfand, diz que 2019 é o ano mais quente já registrado no país.
O inverno ameno na Rússia tem sido considerado mais uma prova do aquecimento global – parte de um padrão que inclui o derretimento em níveis recordes de gelo em regiões polares.
Moscou tem tido temperaturas muito acima das habituais para esta época do ano
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Uma camada de neve artificial foi despejada em uma das principais avenidas de Moscou, a Tverskaya. Também foi despejada neve na Praça Vermelha e em alguns outros pontos do centro da cidade, que será fechado a carros no feriado.
O funcionário da prefeitura Alexei Nemeryuk disse que a neve artificial na avenida Tverskaya era “uma pequena quantidade”. A neve foi formada quebrando-se o gelo de algumas das pistas de patinação de Moscou, especialmente a de VDNKh, um grande complexo da era soviética com centros de exposição e parque de diversões.
Nemeryuk disse que praticantes de snowboard já estão se divertindo com a neve artificial despejada na rua Arbat, outro ponto icônico de Moscou. Em 18 de dezembro, a temperatura em Moscou alcançou 5,6 graus Celsius, valor mais alto já registrado em um dezembro desde 1886.
Temperaturas mais frias devem prevalecer em torno do Ano Novo. Alguns moscovitas entrevistados pelo jornal Moscow Times reprovaram os esforços das autoridades em criar uma atmosfera de inverno russo.
Um deles disse que a neve já estava ficando “bege ou cinza”. Neste mês, o climatólogo russo Vladimir Semyonov disse que “esses invernos são uma consequência direta do aquecimento global – eles se tornarão mais frequentes”.
Ele afirmou à agência de notícias RIA Novosti que “nos últimos 30 anos, as temperaturas médias de inverno na região de Moscou subiram quatro graus. Isso é realmente muito. Na prática, são temperaturas de novembro em dezembro.”
Putin faz alerta
Já o verão russo deste ano foi marcado por um frio atípico. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) diz que a humanidade precisa limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau para evitar impactos ambientais graves.
O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu que a mudança climática pode causar grandes problemas à Rússia. Em sua coletiva de imprensa anual, em 19 de dezembro, ele disse que o aumento da temperatura na Rússia era o dobro da média global.
“Temos cidades inteiras no Círculo Ártico erguidas sobre o permafrost (solo permanentemente congelado). Se ele começa a derreter, você pode imaginar quais serão as consequências para nós? Muito sérias”, ele disse.
“Faremos esforços para minimizar as consequências dessas mudanças”, afirmou o presidente.
No entanto, ele questionou informações que apontam para atividade humana como um fator central nas mudanças climáticas.
“Calcular como a humanidade moderna está influenciando a mudança climática global é muito difícil, se é que é algo possível”, ele disse.
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