Indústria de carne de porco da China foi muito afetada pela peste suína africana e levou produto a preços recordes. Chinês Sun Dawu mostra seus porcos que morreram por causa da peste suína
Noel Celis/AFP
A China vai reduzir as tarifas de importação de mais de 850 produtos, incluindo carne de porco congelada, a partir de janeiro, anunciou o ministério das Finanças nesta segunda-feira (23), em uma tentativa de combater a escassez deste alimento básico no país, e conforme o país busca aumentar as importações em meio à desaceleração da economia.
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A indústria de carne de porco da China foi muito afetada pela peste suína africana, que forçou o sacrifício de mais de um milhão de animais, de acordo com estatísticas oficiais, e dobrou o preço do produto. O anúncio desta segunda-feira determina que as tarifas sobre a carne de porco congelada cairão de 12% para 8% a partir de 1 de janeiro, segundo a France Presse.
Peste suína
Um surto de peste suína africana que começou em agosto do ano passado quase reduziu pela metade o rebanho de porcos da China, segundo dados oficiais, fazendo com que os preços da carne suína subissem a níveis recordes.
A China emitiu uma série de medidas para impulsionar a produção de suínos, enquanto eleva as importações de várias carnes para atender à demanda doméstica.
A China importou 229.707 toneladas de carne de porco em novembro, um aumento de mais de 150% em relação ao ano anterior. As importações de carne de porco nos primeiros 11 meses do ano ficaram em 1,733 milhão de toneladas, 58% a mais que no ano anterior, apontou a Reuters.
Guerra comercial
A medida não parece estar relacionada com a guerra comercial aberta entre China e Estados Unidos, que levou os dois países a aumentar as tarifas de vários produtos, uma batalha de centenas de bilhões de dólares que afetou o crescimento mundial.
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No entanto, o presidente americano Donald Trump retuitou nesta segunda-feira duas notícias da imprensa sobre a redução das tarifas, sem qualquer comentário adicional. A lista de produtos afetados inclui vários itens que as empresas chinesas compram nos Estados Unidos, como carne de porco a aparelhos eletrônicos.
China e Estados Unidos amenizaram sua guerra comercial neste mês ao anunciarem a fase 1 de um acordo que vai reduzir algumas tarifas dos EUA em troca de mais compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos e outros.
Analistas consideram que com esta decisão Pequim deseja enviar sinais de uma certa abertura, depois de alcançar um acordo mínimo com Washington este mês para reduzir algumas taxas e trabalhar rumo a um pacto mais amplo. A Comissão de Tarifas do Conselho de Estado afirmou em um comunicado que as mudanças devem “otimizar a estrutura comercial e promoverão um desenvolvimento de alta qualidade da economia”.
Outros itens
Também serão reduzidas as tarifas de outros produtos alimentares como pescado, queijo e frutas secos, além de produtos farmacêuticos, componentes para smartphones e vários produtos químicos. A tarifa sobre abacate congelado foi reduzida para 7% em relação ao imposto da nação mais favorecida de 30%, disse o ministério.
Além disso, produtos importados de países como Nova Zelândia, Peru, Costa Rica, Suíça, Islândia, Austrália, Coreia do Sul e Paquistão também serão submetidos a uma redução de tarifas, de acordo com o ministério.
O governo chinês também reduzirá as tarifas de importação temporária de ferronióbio – usado como aditivo ao aço de baixa liga e aço inoxidável de alta resistência para oleodutos e gasodutos, carros e caminhões – de 1% para zero em 2020, visando o desenvolvimento de alta tecnologia. O país importou 35.909 toneladas de ferronióbio em 2018 e 37.818 toneladas nos primeiros 10 meses deste ano.
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