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Vídeo mostra teju comendo filhote de tartaruga em praia de Fernando de Noronha

Ninhos de tartaruga-verde são monitorados, com armadilhas fotográficas, em praias do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Vídeo mostra teju comendo filhote de tartaruga em praia de Fernando de Noronha
Um teju foi filmado enquanto comia um filhote de tartaruga na Praia do Leão, em Fernando de Noronha (veja vídeo acima). As imagens foram gravadas pelo pesquisador Arthur Thomazi Moreira em armadilhas fotográficas instaladas pelo Centro Tamar e Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) para monitorar ninhos de tartarugas.
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Para fazer esse registro, foram utilizadas câmaras chamadas de trap, que também fotografam e filmam de forma automática. Nesta temporada, os equipamentos foram instalados nas praias do Parque Nacional Marinho em abril.
Registro mostra teju predando filhote de tartaruga
Arthur Thomazi Moreira/Divulgação
Segundo o oceanógrafo Tunan Tomé, que atua como voluntário nas duas instituições, interações dos tejus com os ninhos de tartarugas são registradas diariamente. Em três vezes, foi possível comprovar que o teju se alimenta dos filhotes.
“Nós armamos a câmera, geralmente no final da tarde, e existe um sensor. Com o movimento, o equipamento dispara e faz o registro, inclusive no período noturno. No dia seguinte, nós avaliamos o material capturado”, explicou Tomé.
A tartaruga-verde, que tem nome científico Chelonia mydas, é a única espécie que se reproduz em Fernando de Noronha. O pesquisador explicou por que a predação não é constante.
“O teju ainda não consegue cavar o buraco inteiro e chegar na profundidade dos filhotes. O teju é oportunista, espera as tartarugas saírem do ninho”, afirmou Tomé.
O oceanógrafo Cláudio Bellini, do Centro Tamar, disse que as armadilhas fotográficas mostraram grande potencial para compreender as relações ecológicas em praias de desova de tartarugas marinhas e o comportamento dos predadores.
“Foi observada a intensa atividade de teju (Salvator merianae), espécie exótica invasora em Noronha, ao redor dos ninhos em todos os pontos, o que inclui, além das imagens, a observação dos rastros nas praias. Por terem hábitos necrófagos [animais que se alimentam de restos orgânicos], eles são atraídos por ovos e filhotes em estado de putrefação”, disse Bellini.
Tejus
Pesquisadores indicam que o teju, ou teiú, é o maior lagarto das Américas e pode ser encontrado no Brasil todo. Apesar de estar incluído na convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites) devido à caça predatória, ele é considerado um predador oportunista com enorme capacidade adaptativa.
Em locais onde são introduzidos, os tejus atuam como espécie invasora e causam desequilíbrio ecológico. De acordo com o veterinário Paulo Rogério Mangini, do Instituto Tríade, o teju come, além das tartarugas, ovos de aves, mabuyas (lagartixa local), caranguejos, entre outras espécies.
Pesquisadores monitoram ninhos de tartaruga em Fernando de Noronha
Arthur Thomazi Moreira/Divulgação
Estudiosos indicam que o teju foi introduzido, provavelmente, no início do século 19 e, em 1950, já havia relato da presença do animal na ilha.
Atualmente é realizado o controle da população de tejus em Fernando de Noronha pelo Programa de Manejo de Exóticas e Invasoras do ICMBio. Esse animal representa uma ameaça para as espécies nativas ou endêmicas, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
“A predação dos ninhos é um dos impactos causados pela população invasora de teju em Noronha. Isso reforça a importância do manejo que é realizado e o objetivo é a erradicação da espécie. O monitoramento é uma ferramenta importante para avaliação dos resultados para a conservação”, disse Bellini.
Tunan Tomé reforçou a necessidade de parcerias para o manejo dos tejus. “É importante que parcerias sejam feitas para apoio ao manejo de espécies invasoras. Esse trabalho tem um custo alto, e o ICMBio precisa de financiamento para aquisição de armadilhas e pessoal especializado para ampliar as ações nessa área”, contou.
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Esse registro foi feito pelo pesquisador Arthur Thomazi Moreira, mas câmaras chamadas de trap, também fotografam e filme de forma automática. Nesta temporada os equipamentos foram instalados desde o mêsdabril nas praias do Parque Nacional Marinho.

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