De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para cada 1% de redução da evasão escolar, 2% da letalidade de crianças e adolescentes é também reduzida. Tendo isso em vista, o Governo Federal, por meio Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), conta com o Programa Vem Viver – Juntos pela Proteção da Vida. O programa, lançado em outubro de 2021, tem o objetivo de reduzir os altos índices de violência infantojuvenil e a evasão escolar.
“Nós estamos, por meio desse projeto, incentivando a cultura da paz e, com isso, a gente cria uma conexão entre a comunidade, entre os pais, alunos, professores e orientadores”, explicou a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, que afirmou que o programa visa transformar gerações. “A gente acredita muito que a educação pode ser a saída para muita coisa na nossa sociedade e o Programa Vem Viver vem para isso, para fortalecer a cultura da paz e dizer para a sociedade que ela precisa participar também, com o Governo Federal, com o governo local, é uma responsabilidade de todos”, completou.
O Vem Viver está em fase piloto e já contou com investimento de R$ 10 milhões. Entre as cidades selecionadas para as ações está Ceilândia, no Distrito Federal. O programa foi implementado em escolas públicas da região e já foram beneficiados mais de 3 mil estudantes em cinco escolas. Cerca de 180 professores foram capacitados.
De acordo com dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH/MMFDH), em 2022 já foram registradas mais de 186 mil violações de direitos humanos contra crianças e adolescentes. Para combater o problema, o programa Vem Viver conta com uma metodologia, desenvolvida em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que mobiliza gestores públicos e a sociedade civil no enfrentamento da morte precoce dessa parcela da sociedade.
Entre os objetivos do projeto-piloto estão a promoção da garantia do direito à vida, formando uma rede integrada de agentes de proteção; a redução da violência contra crianças e adolescentes, promovendo uma cultura de paz; o combate à evasão e ao abandono escolar como estratégia de proteção à vida; e o fortalecimento de vínculos na família, na escola e na comunidade.
Ao todo, são sete estratégias para aplicação do projeto:
-Integração do poder público estadual e municipal;
-Integração de diferentes atores das esferas pública e privada;
-Definição de locais com maiores índices de violência no município;
-Identificação da escola como local de proteção;
-Integração e fortalecimento de vínculos familiares;
-Identificação de crianças em maior risco;
-E integração da rede de agentes de proteção.
O professor Marcelo Fernandes, diretor da Escola CEF nº 35, de Ceilândia, falou sobre a realidade da escola e a expectativa do projeto nesse contexto. “Estamos dentro de uma comunidade que, assim como em todo o país, tem o problema da violência. Se a gente conseguir desenvolver essa cultura de paz e não violência, a cultura do diálogo, de resolver os problemas de uma maneira diferente do que estamos habituados, que inicialmente é a manifestação de violência, esse projeto tem muito a contribuir para a escola e para a comunidade”.
A aluna do 8ª ano do CEF nº 35, Kyara Mesquita, de 13 anos, foi uma das beneficiadas com o programa. Ela conta que participa desde que o projeto começou e que, em sala de aula, as ações têm tido resultados. “Está sendo bom. O programa tem nos ensinado coisas novas para vivermos melhor. Tenho certeza de que vai ajudar muita gente assim como está me ajudando”, afirmou a estudante.
Até o momento, outras quatro cidades também foram selecionadas para receber as ações nesta fase piloto. São elas: Caxias do Sul (RS), Salvador (BA), Curitiba (PR) e Nova Iguaçu (RJ).
Fonte: gov.br
Foto: Clarice Castro/MMFDH
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