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No Congresso Nacional, mulheres cobram espaço na política e criticam fala machista sobre as ucranianas

A sessão solene foi sugerida pelas senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA), líder da Bancada Feminina no Senado; Leila Barros (Cidadania-DF), procuradora especial da Mulher na Casa; e Simone Tebet (MDB-MS).
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Sessão solene do Congresso Nacional celebrou hoje (8) o Dia Internacional da Mulher. Senadoras, deputadas federais e convidadas defenderam o protagonismo feminino na política, denunciaram a violência sexual no Brasil e criticaram as declarações machistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) contra mulheres ucranianas.

A sessão solene foi sugerida pelas senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA), líder da Bancada Feminina no Senado; Leila Barros (Cidadania-DF), procuradora especial da Mulher na Casa; e Simone Tebet (MDB-MS).

No discurso de abertura, Eliziane Gama lamentou a invasão da Ucrânia pela Rússia e criticou as declarações de Arthur Do Val. Em áudios compartilhados em redes sociais, o deputado estadual disse que mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”.

“Quero prestar solidariedade às ucranianas, que estão sofrendo o horror de uma guerra insana. Não deve haver espaço para o exibicionismo, para comentários sexistas proferidos por um político brasileiro que esteve na região a título de prestar solidariedade àquele povo agredido. Em vez de prestar solidariedade, ele trouxe um comentário abominável, inaceitável e inadmissível, que precisa ser fortemente repreendido e punido” disse Eliziane.

Simone Tebet, que foi a primeira líder da Bancada Feminina na Casa, leu uma carta escrita pelo jornalista Jamil Chade sobre a condição feminina na guerra e na paz. Visivelmente emocionada, a parlamentar destacou o seguinte trecho: “Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra mais recorrente para desmoralizar uma sociedade. É nossa obrigação desmontar o processo de profunda desumanização de uma guerra e da miséria. Cada um com suas armas”.

“Assistimos, ainda chocados e perplexos, sem entender o que está acontecendo, ao êxodo das famílias ucranianas que têm que deixar seus lares. Especialmente as mulheres, com filhos nos braços, saindo em busca de uma nova história. Mas não precisamos de tradução para entender a fala de um deputado que, em português, diz que as mulheres ucranianas pobres são fáceis”, criticou.

Para Leila Barros, “a conjuntura atual não é favorável a comemorações”. A procuradora especial da Mulher classificou como “repugnante” a declaração do deputado Arthur do Val.

” A própria condição feminina continua a exigir de todas nós muito mais luta e reflexão do que festa e celebração. Prova disso é o desumano e repugnante episódio envolvendo um deputado estadual. Não vou citar o nome dele. Não devemos propagar, nem dar muito “ibope” a esse nome. O machismo e a falta de empatia que ele demonstrou com as mulheres de uma nação que está enfrentando o sofrimento de uma guerra desonram e envergonham nosso país perante o mundo”, afirmou.

Leila defendeu a aprovação de um projeto de lei (PL 123/2019) que reserva pelo menos 5% dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para o combate à violência contra a mulher. A senadora foi relatora da matéria no Senado, que aprovou emendas ao texto. O projeto aguarda uma nova votação na Câmara dos Deputados.

Fonte: Agência Senado

Foto: Agência Senado – Pedro França

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