Rio de Janeiro - O Projeto Mão na Massa para mulheres de baixa renda que queiram fazer cursos gratuitos na área da construção civil (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Pesquisa da Codeplan mostra que aumenta o número de mulheres empregadas no DF

A pesquisa, com a mesma metodologia da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), foi feita em 2,5 mil domicílios no Distrito Federal e 500 residências de cidades do entorno, mostra que houve um crescimento na participação da mulher em locais de trabalho.

Na semana da mulher, a Codeplan, em parceria com o Dieese, divulgaram, em transmissão ao vivo, com participação da Secretária da Mulher do Distrito Federal, Ericka Filippelli, o Boletim da Mulher no Mercado de Trabalho do Distrito Federal. O Boletim completo pode ser visto ao final do texto.

A pesquisa, com a mesma metodologia da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), foi feita em 2,5 mil domicílios no Distrito Federal e 500 residências de cidades do entorno, mostra que houve um crescimento na participação da mulher em locais de trabalho.

Em comparação com o mesmo período de 2020, foi analisado que no segundo semestre de  2021, o número de mulheres inseridas no mercado de trabalho (36 mil) foi maior que o número das que se tornaram aptas ou demonstraram interesse em ingressar no mercado de trabalho (31 mil), causando uma diminuição na porcentagem de mulheres desempregadas, como diz Clarissa Schlabitz, diretora de estudos e políticas socioeconômicas da Codeplan:

“O boletim mostra um avanço conjuntural da participação da mulher no mercado de trabalho, porém, a desigualdade de gênero continua estrutural e se mantém ao longo dos anos, indicando que ainda há espaço para melhorias.”

Mesmo com este avanço, foi constatado o acúmulo  na área de serviços, ocupando uma grande parte da força de trabalho feminina na capital, resultando na ida destas mulheres para trabalhos já considerados femininos pela sociedade, como empregadas domésticas e cuidadoras, assim como outros trabalhos neste segmento.

Além disso, foi registrado uma atenuação no Rendimento Médio Real Mensal das mulheres, onde deixaram de ganhar mais de R$ 500,00 todo mês se comparado ao mesmo período do ano anterior, R$ 3.784,00 para R$ 3.264,00, mesmo com uma hora a mais de trabalho por semana, que passou de 38 horas para 39, trabalhando duas horas a menos que os homens, como também diz Lúcia Garcia, técnica e economista do Dieese:

“Este estudo que acabamos de divulgar é elaborado todos os anos e, com isto, identificamos a situação das mulheres no mundo econômico em cada momento conjuntural – um contexto duro que exclui e desvaloriza uma parte significativa da população e seus esforços produtivos. Neste momento, em que a sociedade ensaia o reaquecimento econômico, pós COVID, o que constatamos é que as mulheres voltam ao mercado de trabalho, mas ainda em ritmo inferior aos homens e embora encontrem trabalho, o desemprego feminino cai mais lentamente. Também é importante assinalar que as oportunidades de trabalho que estão surgindo, tem maior proeminência em serviços e com viés em segmentos de menor regulamentação e rendimentos. Dessa forma, ao comparar o ano de 2021 a 2020, contatamos melhorias e preocupações”.

Mesmo assim, há coisas a se comemorar. O contingente de mulheres como responsáveis financeiras aumentou, reforçando o fator crescente no Brasil e no DF, cada vez existem mais chefes de família mulheres .

Houve também crescimento no número de ocupadas baseados em suas escolaridades, quando possuem Ensino Médio completo existiu um aumento bem representativo, comprovando uma busca por maior qualificação do mercado de trabalho.

Existem vários pontos a serem melhorados no quesito mulher no mercado de trabalho, assim como Daienne Machado, Diretora de Estudo e Políticas Sociais da Codeplan diz:

“Estamos avançando, mas há muito a se avançar”

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