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Meio Ambiente

Morte de milhões de peixes por falta de oxigênio comove Espanha

Milhares de pessoas fizeram neste sábado uma corrente humana em torno do Mar Menor, uma laguna de água salgada no sudeste do país; animais morreram devido à poluição causada por dejetos agrícolas. Quantidade de peixes retirados do local chegou a 15 toneladas. Foto de 20 de agosto de 2021 mostra peixes mortos na laguna de Mar Menor, em Murcia, na Espanha
Eva Manez/Reuters
Milhares de pessoas fizeram neste sábado (28) uma corrente humana em torno do mar Menor, uma laguna de água salgada no sudeste da Espanha, em sinal de luto pelos milhões de peixes que morreram no local devido à poluição. Os dejetos agrícolas levaram a um fenômeno que reduziu a oxigenação da água ao ponto de asfixiar os peixes, de acordo com organizadores da manifestação e governantes da região.
Os organizadores avaliam que 70 mil pessoas participaram do ato e se deram as mãos, alinhando-se por centenas de metros. Participaram moradores e turistas frequentadores da praia de Alcazares, que se estende por seis quilômetros nas bordas da laguna, de 73 quilômetros de comprimento. As imagens das toneladas de peixes mortos ou agonizando, tentando respirar, chocam a opinião pública espanhola há quase duas semanas.
“É uma manifestação de luto pela morte dos animais. Queríamos que as pessoas pedissem, de uma maneira ou de outra, perdão pela barbárie que nós causamos”, disse à AFP o militante Jesus Cutillo. “Há dias, assistimos à morte de milhões e milhões de peixes, e ver essas mortes inúteis nos machuca.”
Muitos manifestantes estavam de preto e traziam cartazes dizendo “SOS Mar Menor”. O objetivo do ato era “mostrar a nossa determinação para que isso nunca mais se repita”, explicou Cutillo.
Proliferação de algas
Em foto de 21 de agosto de 2021, funcionários da Prefeitura de Murcia, na Espanha, retiram peixes mortos na laguna do Mar Menor
Eva Manez/Reuters
Cientistas indica que a principal causa da falta de oxigênio é chegada na laguna de centenas de toneladas de nitratos utilizados como fertilizante pela agricultura intensiva, que favorecem à aparição de algas que asfixiam o ecossistema aquático. O fenômeno chama-se eutrofização.
Na segunda-feira (23), sétimo dia do desastre ecológico, governantes da região informaram que de 4,5 a 6 toneladas de peixes já haviam sido retiradas. Neste sábado, a quantidade foi atualizada para 15 toneladas.
“As 15 toneladas de peixes mortos ou de biomassa mostram que é uma verdadeira catástrofe ambiental e uma emergência. Precisamos de ajuda imediata para o ecossistema”, declarou a prefeita da cidade vizinha Cartagena, Noelia Arroyo.
A ministra do Meio Ambiente, a socialista Teresa Ribera, esteve no local na quarta-feira (25). Ela acusou o governo regional, dos conservadores do Partido Popular, de tolerar práticas agrícolas ilegais nos campos de Cartagena, imensa área de cultivo intensivo. Organizações de agricultores, por sua vez, asseguram que respeitam a legislação ambiental em vigor.
Foto de 25 de agosto de 2021 mostra homem pendurando faixa contra a poluição na laguna Mar Menor, na Espanha de onde foram retiradas toneladas de peixes que morreram por causa de poluentes agrícolas
Jose Miguel Fernandez/AFP
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