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Com capacidade reduzida, empresas de transporte de carga suspendem operações na hidrovia Tietê-Paraná

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Estiagem vem diminuindo gradativamente a profundidade do Rio Tietê, prejudicando a movimentação de cargas no porto intermodal de Pederneiras (SP); prefeitura confirma paralisação das operações nesta sexta-feira (27) por opção financeira das empresas. Apenas 80% das barcaças estão operando no Porto Intermodal de Pederneiras
TV TEM/ Reprodução
A estiagem que já vinha há algum tempo afetando o transporte de carga na hidrovia Tietê-Paraná levou o sistema a seu nível crítico na região do porto intermodal de Pederneiras (SP), que anunciou a paralisação de suas operações para esta sexta-feira (27).
A informação foi confirmada pela prefeitura da cidade, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Segundo o secretário Paulo Fernando Sampaio Galvão Filho, empresas que operam no local e que já haviam previsto a interrupção para o próximo fim de semana, confirmaram a antecipação para esta sexta.
Galvão Filho explica que, por conta da baixa carga permitida por barcaça, diante do baixo nível do rio, a operação ficou inviável financeiramente, o que levou o setor a optar pela paralisação.
O secretário ressalta que, apesar do anúncio, o porto intermodal de Pederneiras segue tecnicamente em condições de operação e que a paralisação é uma opção financeira das empresas.
No trecho no Rio Tietê em Pederneiras 80% das embarcações estão paradas
TV TEM/ Reprodução
Em São Paulo, a movimentação da hidrovia está limitada pelo nível baixo do Rio Tietê e, no porto intermodal de Pederneiras, 90% das barcaças já estavam paradas.
A capacidade de carga delas foi reduzida para poder navegar pelo trecho do Rio Tietê, que está no nível mínimo, 2,20 metros de profundidade.
Para poderem passar no trecho de Buritama, as barcaças estão dependendo que a usina hidrelétrica de Nova Avanhandava libere mais água para provocar as chamadas “ondas de vasão”’, quando o nível da água aumenta por algum tempo e as barcaças não encalham.
Atualmente há um sistema de vazão em ondas que ainda possibilita o funcionamento parcial da hidrovia. A água é acumulada e depois solta, proporcionando ondas e aumentando a profundidade do rio. Esse é o sistema que deve ser interrompido, acumulando assim mais água para a geração de energia e impossibilitando o transporte no rio.
Cerca de 30 embarcações estão ancoradas no porto intermodal de Pederneiras desde junho, quando o nível do rio começou a baixar. As poucas embarcações que se arriscam a passar pelo ponto mais crítico precisam estar com no máximo 30% da capacidade de carga.
O porto opera no limite mínimo da capacidade: 2,20 metros de profundidade. A capacidade de carga diminuiu, mas o valor do frete continua o mesmo. Por isso, empresas que comercializam grãos cancelaram os contratos com as transportadoras aquaviárias e passaram a usar as rodovias.
Demissões
Com o movimento limitado, as empresas de transporte aquaviário estão demitindo os trabalhadores. Segundo a Administração Geral dos Portos, 80% dos funcionários do porto de Pederneiras já foram dispensados.
O porto interrompeu o transbordo nos últimos dias porque não há o que descarregar. De Pederneiras, a mercadoria era levada pela ferrovia até o Porto de Santos. Agora, o trem faz suas últimas viagens para esgotar a produção que ainda ficou no silo.
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Barcaças que estão operando em Pederneiras fazem o transporte com capacidade reduzida
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Em julho, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, já havia antecipado que, a partir de agosto, a hidrovia Tietê-Paraná poderia ter a movimentação de cargas interrompida em função da necessidade de reservar recursos hídricos para a geração de energia elétrica.
A medida afeta a logística do agronegócio, impedindo escoamento de grãos e subida de insumos pelos rios. E isso pode chegar até o consumidor, já que a alternativa rodoviária é mais custosa para produtor rural.
Escoamento da produção
A hidrovia Tietê-Paraná é uma das principais vias de escoamento da produção agrícola dos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte re Rondônia, Tocantins e Minas Gerais.
Ela tem 2,4 mil quilômetros de extensão, e liga o porto de São Simão, em Goiás, ao Porto Intermodal de Pederneiras, no Centro-Oeste Paulista. No porto intermodal é feito o transbordo e os produtos seguem de trem até o porto de Santos.
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