Resíduos chegaram ao arquipélago no sábado (14) e domingo (15) e atingiram áreas do Parque Nacional Marinho. Nesta segunda (16), operação foi realizada no Mangue do Sueste. Trezentos quilos de fragmentos de óleo e lixo foram retirados de mangue em Noronha
O Mangue do Sueste, em Fernando de Noronha, é o único em ilhas oceânicas do Atlântico Sul. A área também foi atingida por fragmentos de óleo e lixo, que poluíram o Parque Nacional Marinho, no sábado (14) e domingo (15). Nesta segunda-feira (16), uma equipe coordenada pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) realizou uma ação de limpeza e recolheu 300 quilos de resíduos (veja vídeo acima).
Os fragmentos de óleo e o lixo chegaram pelo mar e foram parar no mangue. “Como a densidade da água é menor, esse material afunda. Por isso, trabalhamos na borda e dentro do Mangue do Sueste”, declarou o coordenador de pesquisa do ICMBio, Ricardo Araújo.
Segundo Araújo, os resíduos podem comprometer as espécies que se reproduzem nessa região. O principal peixe encontrado é o camurupim, que é de água salgada e também vive no mangue.
Fragmentos de óleo e serigas foram encontrados
Ana Clara Marinho/TV Globo
O mutirão contou com a participação de 30 pessoas. Além dos servidores do ICMBio, o trabalho teve a colaboração de ambientalistas e técnicos da Superintendência de Meio Ambiente da Administração da Ilha.
A quantidade de plástico chamou atenção. “Nós encontramos uma diversidade grande de plástico, material trazido pelas correntes marítimas. Esse trabalho é importante para mostrar o problema do plástico nos oceanos”, declarou a superintendente de Meio Ambiente da Administração de Noronha, Mirella Moraes.
Trabalho de limpeza foi reforçado nas bordas
Ana Clara Marinho/TV Globo
A bióloga Zaira Matheus mergulhou e fez a coleta dos resíduos submersos no mangue. O pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJR) Raul Rio Ribeiro, diretor da ONG Ocean Sound, deu uma pausa no estudo que realiza na ilha para ajudar na ação de limpeza.
“Nós estamos em uma expedição em Noronha para avaliação acústica dos golfinhos, mas paramos o trabalho por conta dessa demanda urgente. Vamos fazer o registro da ação de limpeza com um drone para ajudar a conservação desse local”, disse o pesquisador.
Caiaque foi usado para transportar os resíduos
Ana Clara Marinho/TV Globo
O Mangue do Sueste tem uma profundidade máxima de dois metros. Um caiaque foi usado para transportar os resíduos.
Outras áreas
Além do mangue, o ICMBio tem realizado o monitoramento nas outras áreas atingidas pela poluição. Os resídios foram registrados nas praias da Atalaia, Caieiras, Leão, Sueste e Enseada do Abreu.
“Nós seguimos com monitoramento diário e focamos a ação na maré baixa. Na terça-feira (17), faremos um novo mutirão na praia do Leão, que foi a região mais impactada”, disse a chefe do ICMBio, Carla Guaitanele.
A representante do Chico Mendes informou, ainda, que a limpeza de outras áreas, nesta segunda-feira (16), somou 337 quilos de resíduos. Desde sábado (14), foi recolhida cerca de 1,2 tonelada de lixo oceânico e fragmentos de óleo.
Amostras do material foram enviadas para análise no laboratório da Marinha do Brasil. O ICMBio ainda não sabe a procedência dos resíduos.
Litoral
Fragmentos de óleo surgiram em pontos do litoral do Nordeste e estados do Sudeste, a partir de agosto de 2019.
A substância era mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno afetou a vida de animais marinhos e causou impactos nas cidades litorâneas. A origem do óleo ainda é desconhecida.
Em Pernambuco, manchas de óleo foram localizadas em 48 localidades e em oito rios. Ao todo, 13 municípios registraram danos. Foram coletados, desde agosto de 2019, 1.650 toneladas de resíduos.
Este ano, houve chegada de lixo a várias praias da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Ao menos 46 toneladas de lixo foram retiradas, no fim de abril. A origem dos resíduos ainda é desconhecida.
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