90% dos candidatos a emprego aceitariam ganhar menos que o desejado para voltar ao mercado de trabalho thumbnail
Economia

90% dos candidatos a emprego aceitariam ganhar menos que o desejado para voltar ao mercado de trabalho

Pesquisa aponta que 85% dos entrevistados aceitariam um cargo inferior para se recolocar, independente da idade e da formação. O desemprego recorde tem levado os trabalhadores a aceitar salários menores que o desejado para voltar ao mercado. É o que mostra uma pesquisa da consultoria de RH Luandre.
Segundo o estudo, 90% dos candidatos entrevistados aceitariam uma oportunidade com salário inferior ao que pretendiam.
Falta de oportunidades atinge 3 em cada 10 brasileiros na força de trabalho, aponta IBGE
Veja vagas de emprego pelo país
A redução salarial é aceita inclusive pela maioria dos profissionais que estão há no máximo três meses desempregados.
Além disso, 85% dos entrevistados relataram que aceitariam um cargo inferior para se recolocarem no mercado, independente da idade e da formação.
No caso de profissionais que não aceitariam a redução de cargo, 68% deles considerariam flexibilizar o salário.
“Percebemos que as pessoas estão mais dispostas a reduzir o salário do que o cargo, pois isso permite uma recuperação menos drástica. Mantendo o cargo é mais fácil para o profissional buscar novas oportunidades que ofereçam maiores salários”, diz Francine Silva, superintendente de seleção da Luandre.
A pesquisa foi realizada em julho com 935 profissionais desempregados, sendo 52% deles com ensino médio e 30% com ensino superior, com idade entre 18 e 60 anos.
Aceitar cargo inferior pode ser prejudicial
A especialista ressalta que reduções muito drásticas, como ir de um cargo de gerência para assistente, pode trazer ainda mais dificuldade na recolocação, até mesmo por uma resistência das próprias empresas.
“Mesmo com a necessidade e a urgência de recolocação, é importante que os profissionais planejem essa redução, principalmente de cargo. As empresas costumam recusar esses candidatos, pois sabem que eles deixarão a empresa na próxima oportunidade”, aconselha.
“Por isso, o ideal é que seja para um nível abaixo apenas, como ir de analista para assistente, gerente para coordenação/supervisão, para que a retomada da carreira não seja tão difícil e as empresas confiem que o profissional se dedicará efetivamente”.
A pesquisa aponta ainda que 76% consideram a mudança de carreira como alternativa para driblar a situação do desemprego, e apenas 15% permanecem resistentes em manter a área de atuação.
“São muitas pessoas concorrendo para uma mesma vaga, o que faz com que seja mais difícil e demorado se recolocar. Diante disso, as pessoas acabam aceitando vagas com salários e cargos mais baixos do que tinham anteriormente. Isso gera ainda mais dificuldade para quem quer vagas dentro do seu cargo/salário atuais porque concorrem com pessoas com maior experiência”, diz Fernando Medina, CEO da Luandre.

Tópicos