Economista de Bangladesh foi premiado na abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio pela criação da “Yunus Sports Hub”, uma organização que promove o empreendedorismo social ligado ao esporte. Muhammad Yunus em 2019, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, economista, inventor do microcrédito e fundador do Grameen Bank.
Denis Meyer/Hans Lucas/Hans Lucas via AFP/Arquivo
O economista e vencedor do prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus recebeu nesta sexta-feira (23) o Louro Olímpico, na abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O reconhecimento é concedido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a personalidades que promovam o desenvolvimento social por meio do esporte.
Natural de Bangladesh, o “Professor Yunus” foi premiado pela criação da “Yunus Sports Hub”, uma organização que promove o empreendedorismo social ligado ao esporte. A ideia é apoiar projetos esportivos autossustentáveis e que ataquem problemas sociais.
Além da entidade, o economista ajudou a desenvolver projetos do COI com ex-atletas olímpicos, focados na transição da carreira esportiva para os negócios e na formação de líderes.
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Yunus nasceu em 1940, é muçulmano não-praticante e estudou Ciências Econômicas em Nova Délhi. Posteriormente, ampliou seus estudos nos Estados Unidos com bolsas das instituições Fullbright e Eisenhower. Voltou a seu país em 1972 para dirigir o departamento de Economia da Universidade de Chittagong.
Mas foram os projetos sociais que se tornaram a força-motriz para que Yunus fosse premiado também com o Nobel da Paz, em 2006. Ele foi reconhecido pela criação do Grameen Bank, instituição especializada na concessão de microcrédito a pessoas de baixa renda.
O banco foi fundado em 1976, e a ambição de Yunus no longo prazo era justamente contribuir para erradicar a pobreza do mundo por meio de microcréditos, que beneficiam especialmente as mulheres.
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À época do Nobel, os tomadores de empréstimo do Grameen chegavam a 3,8 milhões de pessoas. Cada um deles se tornavam acionistas do banco e nada menos que 98% eram mulheres. Hoje, são mais de 9,3 milhões.
O Comitê Nobel afirmou que os “microcréditos se tornaram uma importante força de libertação em sociedades nas quais as mulheres precisam lutar contra um entorno social e econômico repressivo”. Yunus passou a ser reconhecido como “banqueiro dos pobres”.
Muhammad Yunus dá uma palestra principal em Osaka em novembro de 2019, ele é pioneiro nos conceitos de microcrédito e microfinanças.
Mami Nagaoki/Yomiuri/The Yomiuri Shimbun via AFP/Arquivo
Dali até o fim de 2010, Yunus manteve uma disputa pública com as autoridades de seu país devido a um documentário da uma emissora norueguesa que denunciou uma suposta transferência ilegal de fundos entre duas entidades do Grupo Grameen.
A cena política bengalesa era dominada pela primeira-ministra Sheikh Hasina e sua opositora Khaleda Zia, herdeiras de dinastias políticas. Yunus tentou abrir uma terceira via com a formação de um partido antes das eleições de 2008, abrindo divergência com as forças estabelecidas.
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O Governo de Bangladesh chegou a reconhecer que o banco não incorreu na irregularidade denunciada pelo documentário, baseando-se nas conclusões do comitê de especialistas nomeado em janeiro para examinar suas atividades. Mas Yunus renunciou ao seu cargo de diretor-executivo do Grameen em 2011.
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Louro Olímpico
O Louro Olímpico passou a ser concedido a partir dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O primeiro contemplado pelo COI foi o ex-atleta queniano Kipchoge Keino, que conquistou duas medalhas de ouro no atletismo de média e longa distância noss Jogos da Cidade do México (1968) e de Munique (1972).
Depois de deixa o atletismo, Keino abriu três projetos sociais. O mais antigo, criado logo depois de sua aposentadoria em 1973, atende mais de 100 crianças órfãs no Quênia. Em 1999, foi inaugurada a Kip Keino School para oferecer estudo e atividades esportivas para mais de 300 crianças de uma região isolada no país.
Por fim, em 2002, Keino abriu a High Performance Training para acolher atletas promissores do Quênia. Keino também foi presidente do Comitê Olímpico Queniano.
Presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach (dir.), entrega o Louro Olímpico a Kip Keino na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Grigoriy Sisoev/Sputnik/Sputnik via AFP/Arquivo
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