Incidentes com tubarões já ocorreram na ilha, mas não há registros de mortes. No sábado (10), um homem foi atacado na praia de Piedade, em Jaboatão, e morreu. Léo Veras estuda tubarões em Noronha há 31 anos
Léo Veras/Acervo pessoal
O engenheiro de pesca Léo Veras, pesquisador de tubarões há 31 anos em Fernando de Noronha, analisou, nesta segunda-feira (12), a diferença de comportamento dos animais na ilha e no continente. No sábado (10), Marcelo Rocha Santos (51 anos), morreu após um ataque de tubarão, na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
O estudioso explicou por qual motivo ocorrem apenas incidentes na ilha, sem mortes, e no continente os ataque são graves e resultam, muitas vezes, em óbitos.
“Quando uma pessoa alimenta um tubarão ou esbarra com animal e ocorre uma mordida é um incidente, como já aconteceu na ilha. O animal não teve a intenção de machucar. No geral, a pessoa tem ferimentos leves. É diferente quando o tubarão, por iniciativa própria, sem estímulo algum, morde a vítima. E isso caracteriza que o tubarão teve uma atitude agressiva com o humano, é o que acontece na Região Metropolitana do Recife”, comparou o engenheiro de pesca.
Segundo o pesquisador Jonas Rodrigues, engenheiro de pesca da Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE), o ataque da praia do Piedade foi realizado por um tubarão-tigre, espécie comum em Noronha. Léo Veras avaliou a diferença e comportamento na ilha.
“A diferença é que na ilha o animal consegue visualizar a presa, pois a água é transparente. O tubarão consegue identificar que o humano não é um item de refeição. Quando a água é turva, isso confunde o animal, principalmente se a água do mar estiver misturada com água de rio. O ambiente no continente favorece a uma falha na percepção sensorial do tubarão”, apontou Veras.
Incidentes da ilha
O último incidente com tubarão em Fernando de Noronha ocorreu no dia 13 de janeiro deste ano. Um turista do Rio de Janeiro, que não teve o nome revelado, levou uma mordida de um tubarão, quando surfava na Cacimba do Padre.
O visitante, que tem 52 anos, sofreu um corte na mão, foi atendido no Hospital São Lucas, levou 32 pontos e foi liberado.
O caso mais grave registrado na ilha aconteceu em dezembro de 2015, quando o contador paranaense Márcio de Castro Palma da Silva, de 32 anos, que perdeu a mão e parte do braço direito ao ser mordido por um tubarão, na Praia do Sueste.
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