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Economia

EUA flexibilizam sanções contra o governo Maduro na Venezuela para o combate à Covid-19

Entrega de materiais e insumos para combater o coronavírus fica permitida, mas negócios com empresas venezuelanas incluídas nas sanções, não. País tem vacinação lenta e alto número de casos de Covid. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebe uma dose da vacina contra o coronavírus Sputnik V em Caracas, Venezuela, no dia 6 de março de 2021
Palácio Miraflores/Jhonander Gamarra via Reuters
Os Estados Unidos permitiram nesta quinta-feira (17) certas transações no âmbito das sanções econômicas que vigoram contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela para facilitar a luta contra a Covid-19 no país sul-americano (saiba mais sobre a situação da pandemia entre os venezuelanos no fim da reportagem).
Sem suspender as medidas punitivas impostas a Caracas, o governo de Joe Biden emitiu licenças que autorizam a entrega de:
máscaras
respiradores e tanques de oxigênio
vacinas
testes de detecção
outros tipo de material hospitalar para atender à crise sanitária.
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O Departamento do Tesouro informou que a decisão responde a um memorando emitido por Biden ao assumir o cargo em janeiro, no qual dispôs a revisão de todas as sanções que poderiam estar “obstruindo indevidamente” o combate à pandemia.
“Estas novas autorizações vão apoiar ainda mais o trabalho crucial dos governos, das organizações internacionais, das organizações não governamentais e dos atores do setor privado para dar assistência relacionada com a Covid-19”, destacou o Tesouro em um comunicado.
Washington, que não reconhece a reeleição de Maduro, por considerá-la fraudulenta, incrementou as sanções econômicas e a pressão diplomática contra Caracas em janeiro de 2019, quando o presidente socialista assumiu um segundo mandato.
Tanques com o logo da PDVSA em refinaria em Curaçao; foto de 22/04/2018
Andres Martinez Casares/Reuters
As medidas tomadas pela administração de Donald Trump incluem um embargo de fato ao petróleo venezuelano, crucial para a economia da ex-potência petroleira. Maduro classifica as sanções americanas como um “crime contra a humanidade”.
O Tesouro dos Estados Unidos especificou que as autorizações emitidas nesta quinta-feira não permitem a exportação de nenhum bem, tecnologia ou serviço a militares, agentes das forças de ordem ou pessoal de Inteligência da Venezuela.
Não têm luz verde as transações que envolvam a estatal petroleira PDVSA, nem tampouco o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social da Venezuela (Bandes), o Bandes Uruguay ou entidades que estes possuam, disse.
As sanções do Tesouro proíbem o acesso ao sistema financeiro americano e bloqueiam todos os eventuais ativos que os implicados tenham sob a jurisdição dos Estados Unidos.
Pandemia na Venezuela
Aglomeração é registrada em frente a posto de vacinação contra a Covid-19 em hotel em Caracas, na Venezuela, nesta segunda-feira (31)
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Na semana passada, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, disse que dez milhões de dólares destinados ao sistema global Covax para acessar vacinas anticovid tinham sido “bloqueados” por um banco suíço, atrasando o processo de compra.
A Organização Pan-americana da Saúde (Opas), que facilita a aquisição de imunizantes contra a Covid-19 no continente americano, destacou na quarta-feira que aguarda-se o cancelamento da dívida para dispor a entrega.
A Venezuela, com 30 milhões de habitantes, vive uma forte onda da pandemia que sobrecarrega os centros de saúde.
Além da emergência sanitária, o país está mergulhado em uma crise socioeconômica, aprofundada desde a chegada ao poder de Maduro, em 2013, uma situação que, segundo a ONU, provocou o êxodo de mais de 5,6 milhões de pessoas.

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