O professor morreu na terça-feira (8), no Hospital Português, no Recife. O trabalho que desenvolveu na pesquisa com tubarões e na vida acadêmica foi lembrado na ilha. Fábio Hazin era especialista em tubarões
Katherine Coutinho / G1
A morte do professor Fábio Hissa Vieira Hazin, de 57 anos, vítima de Covid-19, no Recife, repercutiu em Fernando de Noronha. Nesta quarta-feira (9), pesquisadores e ambientalista que vivem na ilha falaram sobre a importância dele para a ciência.
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O cientista morreu na noite de terça-feira, no Hospital Português, na área central da capital pernambucana. Segundo parentes, Hazin foi internado com Covid-19 no dia 28 de maio.
Hazin ficou conhecido pelo trabalho de pesquisa sobre a presença de tubarões no litoral. O professor presidiu o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) entre 2004 e 2012.
O engenheiro de pesca Léo Varas, radicado em Noronha há três décadas e também especialista em tubarões, disse que Fábio Hazin “foi um ícone na pesquisa e na ciência”.
“Poucas pessoas são como ele. O professor representou o país em entidades internacionais importantes. Perdemos um profissional que influenciou muito a nova geração de pesquisadores no Brasil”, falou Veras.
A chefe do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) na ilha, Carla Guaitanele, também falou sobre a lacuna deixada por Hazin.
“Fabio foi um dos grandes pesquisadores de peixes do Brasil e contribuiu muito com o manejo de espécies, em especial os tubarões. Ele foi um professor que conseguiu aproximar a ciência dos cidadãos, atuando também em pesquisas aplicadas ao manejo. Hazin deixou uma grande contribuição ao Brasil e, em especial, a Noronha”, declarou Carla.
Oceanógrafo do Centro Tartarugas Marinhas (Tamar), Cláudio Bellini disse que o professor Hazin teve uma longa carreira acadêmica e presidiu uma série de comitês de monitoramento de várias espécies onde se destacou.
“O Brasil perde um grande negociador. Fábio Hazin tinha grande capacidade de negociar os interesses comerciais e acadêmicos do país em diversos fórum. É uma pena, perdemos um dos grandes expoentes da ciência”, afirmou Bellini.
O engenheiro de pesca Geraldo Barreira, que mora em Fernando de Noronha há 30 anos, conheceu Hazin na infância e era amigo do pesquisador.
“Essa morte precoce deixou um vazio na ciência pesqueira. Fábio era uma pessoa de inteligência notável na vida acadêmica e depois profissional. Ele era um conhecedor profundo de tubarões e deu grande contribuição para o estudo do problema dos ataques no Recife”, lembrou Barreira.
O engenheiro de pesca disse, ainda, que Fábio Hazin era um pesquisador nato, um mestre com formação no Japão e nos Estados Unidos.
“Era uma figura especial. É uma tristeza a morte de Fábio. Ele deixou uma saudade grande”, lamentou Geraldo Barreira.
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“Era uma figura especial, é uma tristeza a morte de Fábio e ele deixa uma saudade grande”, lamentou Geraldo Barreira.
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