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Governo do Reino Unido mantém plano de COP26 presencial em Glasgow, apesar da Covid-19

Evento deve reunir líderes de 196 países. Alguns representantes dessas nações afirmaram ter medo da reunião presencial, mas o Reino Unido insiste na realização do encontro em Glasgow. O presidente da COP26, Alok Sharma, conversa com uma executiva do setor de energia renovável, em 14 de maio de 2021
Russell Cheyne/Reuters
O Reino Unido confirmou nesta sexta-feira (14) que a reunião de cúpula sobre o clima COP26 acontecerá de modo presencial em novembro na cidade escocesa de Glasgow, apesar da pandemia de Covid-19.
O encontro vai discutir como evitar uma alta descontrolada da temperatura global.
Propostas de combate ao aquecimento global surgiram no Rio em 1992
O evento foi inicialmente previsto para novembro de 2020 e adiado pela pandemia. Devem-se reunir líderes de 196 países, além de representantes de empresas, ONGs e especialistas.
O governo do primeiro-ministro Boris Johnson tem esperanças que a reunião seja produtiva. O Reino Unido se comprometeu a alcançar a neutralidade de carbono em 2050, o que implicará uma transformação da economia britânica. O governo pretende reduzir até 2035 as emissões de gases do efeito estufa em 78% na comparação com os níveis de 1990.
Desta maneira, Londres espera estimular outros países a anunciar objetivos ambiciosos, uma tarefa diplomática que não será fácil para o presidente da COP26, o britânico Alok Sharma.
“Sempre defendi a necessidade de uma COP presencial. Estamos planejando uma cúpula presencial”, anunciou nesta sexta-feira durante um discurso a seis meses do evento, previsto para acontecer de 1 a 12 de novembro, disse Sharma.
Ele disse que o Reino Unido garante que a segurança dos delegados será primordial —a situação sanitária do país melhorou muito, mas vários países continuam a temer que seus representantes não possam assistir aos debates presencialmente, o que levou alguns a pedir um encontro virtual.
Os organizadores prometeram adotar medidas para que a reunião aconteça “com total segurança”, incluindo testes e vacinas, destacou Sharma.
Reunião do G7
O Reino Unido organizou na semana passada a primeira reunião presencial em dois anos dos ministros das Relações Exteriores do G7, grupo das sete maiores economias do planeta.
Os chefes de Estado e de Governo do G7, incluindo o presidente americano Joe Biden, também pretendem se reunir presencialmente na região inglesa da Cornualha, de 11 a 13 de junho.
A meta de 1,5ºC
A reunião de cúpula de Glasgow é a “última esperança” de limitar o aumento da temperatura média global abaixo de 1,5°C na comparação com a era pré-industrial, barreira a partir da qual os cientistas acreditam que a mudança climática seria incontrolável, destacou Sharma.
Segundo a ONU, as emissões de gases causadores do efeito estufa teriam de ser reduzidas em quase 8% a cada ano para se manter dentro do aumento global de 1,5°C exigido pelo Acordo de Paris. Isto seria o equivalente a economizar a mesma quantidade que durante a pandemia a cada ano até 2030.
As organizações de defesa do meio ambiente elogiaram o compromisso britânico.
“Alok Sharma tem toda razão em querer manter a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC”, disse Kate Blagojevic, diretora para o clima na ONG Greenpeace.
“Este objetivo deve estar na mente de todos os líderes mundiais e servir de base para todas as decisões que tomarem”, acrescentou, “mas, para que se torne uma realidade, todos os países devem intensificar sua ação agora, começando pelo Reino Unido”.
Ao mesmo tempo, ela criticou o governo de Johnson que, apesar das grandes declarações, foi atacado recentemente por algumas decisões polêmicas.
“O Reino Unido não pode reivindicar a liderança climática no exterior, enquanto em seu país o governo continua a manter uma nova mina de carvão em Cumbria ou o bloqueio do planejamento de energia eólica terrestre britânica”, disse Blagojevic.
Por sua vez, Tracy Carty, assessora de política climática da Oxfam, denunciou o apoio de Londres a novas explorações de petróleo e gás no Mar do Norte.
Sharma também destacou a necessidade de maior financiamento para ajudar os países vulneráveis.
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