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VÍDEOS E FOTOS: biólogos fazem registro inédito de cachorro-vinagre no DF

Animal é um dos canídeos mais raros do Brasil; último registro na região era de 1984. Duas fêmeas e um macho foram fotografados em Área de Proteção Ambiental a 45 km do centro de Brasília. Cachorros-vinagre em região distante cerca de 30 km do Colorado, no DF
Grupo Brasília é o Bicho / Reprodução
Uma família da cachorros-vinagre foi vista pela primeira vez, no Distrito Federal, desde 1984. Imagens de pelo menos três animais – duas fêmeas e um macho – foram registradas por biólogos do grupo “Brasília é o Bicho” no dia 28 de março passado.
Cachorro-vinagre no aniversário de 50 anos do Zoológico de Brasília
Zoológico do DF exibe casal de cachorros-vinagre resgatado durante construção de Belo Monte
Para fazer o “flagrante”, eles instalaram armadilhas fotográficas em vários pontos da Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central, a cerca de 45 quilômetros do centro da capital federal. Os biólogos Fábio Hudson e Marina Motta vibraram quando viram as fotos dos cachorros no equipamento (veja vídeo abaixo).
Biólogos comemoram registro de cachorros-vinagre no DF
O animal é parecido com um urso pequeno e é parente do lobo-guará, do cachorro do mato e também da raposa do campo. A espécie , ameaçada de extinção, está entre os canídeos mais raros do Brasil. O cachorro-vinagre é também o menor canídeo selvagem do mundo.
Cachorro-vinagre é parente do lobo-guará e do cachorro-do-mato
Ilustração Tomas Sigrist/ Arte TG
O biólogo Wesley Batista da Silva conta que foram quatro anos instalando a câmera, no mesmo local, até registrar os cachorros. Eles são considerados animais diurnos, mas também têm hábitos noturnos e costumam andar em grupos.
O equipamento tem memória para oito mil fotos e pode ficar na região de um a três meses capturando imagens.
“É um ponto certeiro que os bichos estão sempre passando. Tem também onça preta, lobo guará e várias espécies importantes para a conservação não só das espécies, mas do ambiente local também”, diz Wesley.
Tanto que já foram registradas várias outras espécies no local, como o tamanduá, a irara, que é parente da lontra, o jaguarundi, a onça parda e até onça preta (veja fotos e vídeos mais abaixo).
Ameaçados de extinção
Estudos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ( ICMBio) indicam que em um prazo de 30 anos, o cachorro vinagre pode desaparecer. “Em um século, a probabilidade do cachorro vinagre não existir é de 100%”, diz o ICMBio.
“Aqui a gente tem a presença de várias espécies de mamíferos ameaçados de extinção como o lobo guará, a anta, a onça pintada, a onça parda, o tamanduá bandeira. O vinagre é mais um dessa lista”, conta a bióloga Marina Motta.
Os fatores que mais preocupam são a alta mortalidade observada em decorrência de doenças, principalmente a sarna, além do abate por cães domésticos. Outro problema, segundo os biólogos, são as áreas preservadas cada vez menores, com a expansão das cidades e da agricultura.
“Isso vai diminuindo a sua capacidade de dispersão, de encontrar recursos necessários para a sua sobrevivência. A outra é a caça predatória. Infelizmente a gente tem aqui na região alguns casos de caça”, diz Marina.
Cachorros-vinagre do Zoológico de Brasília, em imagem de arquivo
Gabriel Jabur/Agência Brasília
O coordenador da APA do Planalto Central do ICMBio, Maurício Laxe, afirma que o registro da família de cachorro-vinagre é um marco histórico.
“Essa espécie não era registrada na região há quase 50 anos e o ICMBio irá intensificar tanto o monitoramento quanto a fiscalização naquela área para, em parceria com diversos grupos de pesquisadores, intensificar o levantamento científico dessa espécie e das demais do Cerrado”, diz.
Veja outros animais flagrados pelas armadilhas fotográficas na APA do Planalto Central
Onça preta registrada em APA cerca de 30 km da região do Colorado no DF
Grupo Brasília é o Bicho / Reprodução
Família de cachorros vinagre e outros bichos em Brasília- DF
Lobo Guará registrado por armadilha fotográfica no DF
Grupo Brasília é o Bicho / Reprodução
Pássaro registrado por armadilha fotográfica no DF
Leia mais notícias sobre a região no G1 DF.

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