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Consumo de vinho no Brasil tem alta de 18% em 2020, puxado pelo e-commerce

Variação percentual do país foi a maior entre os países associados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) no ano passado; em outubro, G1 mostrou como o mercado havia se aquecido com o isolamento social. Consumo per capita de vinho no Brasil ainda é baixo: enquanto um português bebe 69 garrafas de vinho, um brasileiro consome apenas três.
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Confirmando as expectativas de quem tornou mais frequente aquela taça de vinho no dia a dia, o consumo da bebida no Brasil cresceu 18,4% em 2020, segundo a maior autoridade no setor, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
O país passou de aproximadamente 360 milhões de litros para 430 milhões de litros entre o ano de 2019 e de 2020. O aumento foi o maior entre os países associados da entidade, mesmo que o brasileiro ainda não seja destaque no mercado mundial: nossa fatia é de apenas 2% do total.
“Claro que partindo de uma base baixa, o aumento percentual é maior. Mas o Brasil teve um aumento excepcional do consumo de vinhos pelo e-commerce em 2020”, diz Pau Roca, presidente da OIV.
A consequência foi também uma alta expressiva no índice de consumo por pessoa. Em 2020, o brasileiro bebeu, em média, 2,6 litros de vinho no ano. Em 2019, esse número era de 2 litros ao ano por pessoa. A métrica da OIV considera como adultos os maiores de 15 anos.
O número ainda é bastante baixo comparado a países tradicionais no mercado de vinhos. Os líderes no consumo per capita continuam sendo Portugal (51,9 litros per capita ao ano), Itália (46,6 litros) e França (46 litros). Isso significa que um português bebe 69 garrafas de vinho enquanto um brasileiro consome apenas três.
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A OIV também divulgou o consumo global de vinho, de 23,4 bilhões de litros. Em relação a 2019, houve queda de 3% no ano passado, puxado pela redução do consumo na China. Por lá, a diminuição chegou a 17%.
Os chineses são o sexto maior mercado de vinhos do mundo, com 1,2 bilhão de litros/ano. A liderança é dos Estados Unidos, com 3,3 bilhões de litros. Como a população também é grande, o consumo per capita anual americano é de 12,2 litros.
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Isolamento social
A tendência de alta está em linha com os resultados medidos pelo mercado interno de vinho. Em outubro, o G1 fez um Raio X do setor e mostrou como o isolamento social havia favorecido as vendas de vinho em detrimento de outras bebidas alcoólicas, geralmente associadas a festas e eventos.
E o e-commerce era justamente um dos destaques, pela praticidade na hora da compra, pela segurança ao dispensar a saída de casa e pela disponibilidade de conteúdo para que o consumidor se informe sobre a melhor garrafa.
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A Evino, por exemplo, cresceu 62% no ano passado em faturamento – o valor total não foi divulgado, mas até setembro acumulava R$ 300 milhões, quase que 100% digital. A Grand Cru, que também falou à reportagem, fechou o ano com crescimento de 105% na operação digital, aumentando a fatia vendida pela internet de 9% para 17% do faturamento da empresa – a meta é chegar a 23% em 2021.
Segundo a Ideal Consulting, que mede a formação de estoque dos revendedores, o aumento das vendas para os pontos de comércio foi de 31% em 2020. As métricas têm diferença para as da OIV, mas as tendências estão em linha. A organização global tem outro recorte de idade, dá ênfase ao consumo direto em vez de vendas e à produção com uvas vitiviníferas, que são a base dos vinhos finos.
São os finos que tentam bater de frente com produtores vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai, e que têm ampla procura de quem aprecia a bebida. Os tradicionais europeus – da França, Portugal e Itália, em especial – também costumam ter preços competitivos.
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Em 2021, a tendência é que os números sejam menos expressivos por conta do agravamento da crise econômica causada pelo coronavírus.
O clima quente, os altos preços, a dificuldade de importação e uma produção incipiente são fatores que sempre afastaram o Brasil de se tornar uma grande referência no mercado mundial até aqui. O dólar alto, que impacta os preços de importados e dos insumos para produção nacional, e o dinheiro mais curto no bolso do brasileiro trazem de volta os antigos desafios.

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