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Facebook anuncia projeto que irá treinar inteligência artificial para entender vídeos

Rede social quer que sistema aprenda informações sobre áudio, texto e representações visuais de vídeos publicados pelos usuários. Facebook irá usar inteligência artificial para aprender contexto em vídeos.
Dado Ruvic/Reuters/Arquivo
O Facebook anunciou na última sexta-feira (12) que está trabalhando em um projeto que irá treinar seus sistemas de inteligência artificial (IA) para entender áudio, texto e representações visuais de vídeos.
A companhia vai usar os conteúdos postados publicamente por seus usuários no Facebook e Instagram, rede que também pertence à empresa de Mark Zuckerberg.
“Ao aprender com vídeos que abrangem quase todos os países e centenas de idiomas, o projeto não apenas nos ajudará a melhorar nossos principais sistemas de IA para recomendação de conteúdo e aplicação de políticas, mas permitirá experiências inteiramente novas”, afirma um comunicado.
A empresa disse ainda que esse é mais um passo na construção de máquinas que “aprendem como humanos”, a partir de exemplos.
Os sistemas de inteligência artificial são treinados a partir de bases de dados com inúmeros conteúdos.
A partir deles, as máquinas são expostas a diversos exemplos para resolver um determinado problema (como identificar um gato, por exemplo), um processo geralmente revisado por um humano.
Com milhões de publicações diárias de seus usuários ao redor do mundo, o Facebook terá à disposição uma base ampla que permitirá avanços mais ágeis do que concorrentes menores.
“Construir uma IA que aprende com vídeos disponíveis publicamente nos ajudará a criar máquinas que analisem melhor as visões e sons não selecionados do mundo real – não apenas exemplos que fazem parte de um conjunto de dados muito menor, selecionados à mão”, afirma o Facebook.
A companhia espera que a tecnologia possa gerar legendas automáticas para os vídeos e até criar sistemas avançados de buscas.
Em um exemplo dado pela companhia, a gravação de vídeos por meio de óculos inteligentes devem se “tornar cada vez mais normal” e ferramentas como essas podem permitir relembrar momentos específicos “da memória digital”.
Em setembro passado, a companhia anunciou o seu projeto de “óculos inteligentes”, que pode ser lançado em 2021 em uma parceria com a marca Ray-Ban.
Protótipo de óculos inteligente do Facebook, chamado de “Project Aria”.
Divulgação/Facebook
Uma pessoa poderia pedir, por exemplo, que o Facebook mostre todas as vezes que se cantou parabéns para uma determinada pessoa.
A rede social, então, poderia retornar diversos clipes de vídeo em alguns instantes, caso os planos da companhia se concretizem.
Testes no Instagram Reels
O projeto de interpretação de vídeos por IA já está em testes no Instagram Reels, que tem formato inspirado no concorrente chinês TikTok.
“Vídeos populares muitas vezes possuem a mesma música com os mesmos movimentos de dança, mas criados por pessoas diferentes”, afirma Facebook.
Ao analisar o conteúdo dos vídeos automaticamente, a IA irá sugerir clipes similares aos usuários.
Instagram Reels, concorrente do TikTok.
Divulgação/Instagram
A aplicação desses sistemas para manter usuários nos aplicativos é alvo de críticas de especialistas, que apontam que o conteúdo que pode gerar engajamento muitas vezes favorecem a desinformação e extremismo.
Saiba mais: ‘O poder que as plataformas digitais têm sobre o discurso é também econômico’, diz pesquisadora
O próprio Facebook admitiu em 2018 que não fez o suficiente para “ajudar a prevenir que a plataforma fosse usada para fomentar a divisão e incitar a violência offline” em meio ao êxodo da minoria muçulmana rohingya em Mianmar.
Um levantamento da própria rede social em outubro de 2020 mostrou também que a maioria das páginas com mais engajamento (curtidas, comentários e compartilhamentos) abordavam temas políticos ou partidários.
Em 2020, a companhia investiu US$ 130 milhões para criar um comitê de supervisão independente, que irá funcionar como uma espécie de alta corte. A iniciativa é resposta às críticas sobre a maneira como a rede social modera conteúdo.
O grupo, formado por 20 membros, entre eles pessoas de todos os continentes, incluindo ex-juízes, advogados, jornalistas, ativistas de direitos humanos, reverteu 4 decisões originais do Facebook e concordou com a ação da rede social em apenas um caso nas primeiras avaliações realizadas.
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