Crescimento da empresa foi impulsionado pelo salto de 121% do e-commerce, que representou 63,8% do total das vendas da varejista. Magazine Luiza: vendas da empresa no e-commerce cresceram 121% no quarto trimestre
Divulgação/Magazine Luiza
O Magazine Luiza viu seu lucro crescer 40% no quarto trimestre, uma vez que o grupo varejista seguiu se beneficiando do salto do comércio eletrônico, segmento no qual ampliou a prateleira de produtos, apostando na mudança de hábito dos consumidores na esteira da pandemia da Covid-19.
A companhia anunciou nesta segunda-feira (8) que seu lucro líquido ajustado de outubro a dezembro somou R$ 232,1 milhões, alta de 39,8% sobre um ano antes, também apoiado na diluição das despesas operacionais e financeiras.
O Magalu, como é conhecido, viu suas vendas totais cresceram 66% no período, a R$ 14,9 bilhões, impulsionadas pelo salto de 121% do e-commerce, que representou 63,8% do total. As vendas no conceito mesmas lojas avançaram 11%, apoiadas pelo relaxamento de restrições à circulação no período.
As despesas operacionais cresceram 47,4%, para R$ 1,986 bilhão, mas caíram 1,2 ponto como proporção da receita.
Fortemente impactada no início da pandemia no Brasil há cerca de um ano, quando teve que fechar suas mais de mil lojas físicas, a companhia valeu-se de seu processo de digitalização já em andamento para acelerar o movimento, o que lhe permitiu não apenas de recuperar, mas ganhar mercado do varejo físico.
Desde abril, comprou 10 empresas, na maioria startups de comércio eletrônico, incluindo desde supermercado a cursos profissionalizantes. Além disso, incluiu 32 mil lojistas ao seu marketplace em 12 meses. Com os resultados dessa virada, as ações da companhia subiram 110% em 2020.
Segundo o Magazine Luiza, a alta das vendas e a diluição de despesas operacionais deram impulso ao resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, que atingiu R$ 523,8 milhões, avanço de 5,6%. O número veio em linha com a previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv, de R$ 523,3 milhões.
Porém, os investimentos em nível de serviço impactaram a margem Ebitda ajustada que caiu de 7,8% para 5,2%.
Segundo o presidente-executivo do Magazine Luiza, Frederico Trajano, esse investimento é parte da campanha para fidelizar clientes e se destacar num ambiente cada vez mais competitivo, com grandes players do comércio eletrônico fazendo movimentos crescentes, como em logística, para reduzir prazos de entrega.
“Queremos manter a consistência do nosso nível de execução, que tem nos feito crescer acima da média do mercado nos últimos quatro anos”, disse Trajano à Reuters.
Segundo a empresa, os números preliminares de 2021 indicam que as vendas digitais seguem em ascensão, mesmo com o fim do auxílio emergencial do governo, que ajudou a dar impulso às vendas do varejo na segunda metade do ano passado.
“Iniciamos o ano em ritmo acelerado, com o e-commerce crescendo triplo dígito baixo nos dois primeiros meses de 2021”, afirmou o Magazine Luiza no relatório.
Isso deve compensar os efeitos de uma nova onda de Covid-19 no país, que restaurou medidas mais restritivas para circulação e levou ao fechamento de 820 lojas físicas do grupo, com a expectativa de novos fechamentos nas próximas semanas.
Executivos da empresa discutem os resultados com analistas e investidores na terça-feira, 11h (horário de Brasília).
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