Rosângela Buzanelli pediu ‘o mínimo de respeito às pessoas, aos ritos e processos legais’. Na sexta-feira, presidente anunciou a troca no comando da estatal e indicou um general. Sede da Petrobras, localizada na Avenida Chile, no Centro do Rio de Janeiro, passará pela sua primeira reforma completa desde que foi inaugurado, no começo dos anos 1970
André Motta de Souza / Agência Petrobras
A conselheira Rosângela Buzanelli, que representa os funcionários da Petrobras no Conselho de Administração da estatal, criticou a indicação de um novo presidente da Petrobras pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Na sexta-feira, Bolsonaro anunciou o general Joaquim Silva e Luna para assumir o lugar de Roberto Castello Branco. O anúncio aconteceu um dia depois de o presidente fazer críticas à gestão da Petrobras e às sucessivas altas no preço dos combustíveis.
“Não entrarei no mérito daquele que está sendo destituído e nem daquele que está sendo indicado, isso será apreciado oportunamente pelo Conselho de Administração (CA) da Petrobras. Entretanto, destaco, no mérito, que devido à forma em que se deu o fato, este é mais um desrespeitoso ato presidencial, típico de alguém sem nenhum preparo para o cargo que ocupa, conforme sistematicamente comprovado pelo cenário socioeconômico, sanitário e político do país.”
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Rosângela disse ainda, em uma postagem em seu blog, que “em que pese o direito do acionista controlador, no caso a União, de destituir e indicar um conselheiro de administração e o presidente da estatal, há que se fazê-lo com o mínimo de respeito às pessoas, aos ritos e processos legais, sempre buscando preservar as pessoas e a empresa.”
Ainda em sua publicação, a conselheira, eleita pelos funcionários, afirma que ficou surpresa com o anúncio e descreve a importância da Petrobras para a economia do país.
“As maiores reservas de petróleo do planeta estão sob controle de empresas estatais. As gigantes do petróleo são integradas e verticalizadas, é uma questão de sobrevivência à volatilidade da indústria e da geopolítica do petróleo. Não posso concordar que a Petrobras seja esquartejada e privatizada aos pedaços. Também não posso concordar que vire as costas para nosso país, renegando seu papel social e impulsionador do desenvolvimento nacional.”
Reunião do conselho na terça-feira
Para que a substituição seja concretizada, a indicação ainda precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras. A estatal informou que o conselho tem reunião ordinária prevista para a próxima terça (23) – a pauta do encontro não foi divulgada.
Em nota, a Petrobras informou que recebeu oficio do Ministério de Minas e Energia. A União propôs ainda a recondução dos outros integrantes do Conselho de Administração.
O Conselho de Administração da estatal é composto por até onze membros. Sete deles são indicados pelo acionista controlador, que é a União; três nomes vêm dos outros acionistas, e o último é escolhido pelos empregados da Petrobras – Buzanelli ocupa o cargo.
Joaquim Silva e Luna completa dois anos na direção-geral-brasileira da Itaipu Binacional na próxima sexta (26). Para a vaga, caso a troca se concretize, Bolsonaro indicou o general da reserva e ex-comandante Militar do Oeste João Francisco Ferreira.
Se confirmado, Silva e Luna será o primeiro militar a assumir a da Petrobras desde 1989, quando o oficial da Marinha Orlando Galvão Filho deixou o cargo. A estatal foi comandada por militares durante a maior parte do período ditatorial e chegou a ser capitaneada entre 1969 e 1973 pelo general Ernesto Geisel, que viria a se tornar presidente da República nos cinco anos seguintes.
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