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Facebook inflou audiências publicitárias, afirmam documentos de ação judicial nos EUA

Ferramenta que media o alcance potencial de anúncios mostrava números superestimados, segundo acusação. Facebook nega que tenha cobrado mais do que deveria por publicidade. Logomarca do Facebook
Dado Ruvic/Reuters/Arquivo
O Facebook sabia que suas estimativas sobre o número de usuários que podiam ver anúncios na plataforma estavam infladas, mas ignorou o problema para obter mais receita, de acordo com os documentos de uma ação civil nos Estados Unidos, divulgados na última quinta-feira (18).
A gigante das redes sociais é objeto desde 2018 de uma demanda coletiva iniciada por uma empresa.
Os demandantes afirmam que os executivos da plataforma sabiam que a audiência potencial das campanhas publicitárias estava superestimada, mas que eles não fizeram nada para reverter a situação.
O Facebook obtém a maior parte de seu volume de negócios com a venda de espaços publicitários a empresas. Os preços variam em função de diversos critérios, começando pelo número de usuários que podem ver a campanha.
A companhia gerou US$ 85,9 bilhões de receita durante o ano de 2020 – 97,9% desse valor veio do segmento de publicidade digital.
“O Facebook sabia há anos que seu alcance potencial estava inflado e era enganoso”, afirmam os demandantes.
“O Facebook sabia que o problema era provocado sobretudo por contas falsas e duplicados (…) Executivos impediram que funcionários solucionassem o problema porque pensavam que o ‘impacto nas receitas (seria) significativo”, completam, segundo os documentos judiciais.
A acusação cita um diretor do “Potential Reach”, uma ferramenta usada para medir a audiência potencial dos anúncios, que afirmou em um e-mail interno da empresa que essa seria “uma receita que nunca deveríamos ter obtido, dado o fato de que se baseia em dados errados”.
A rede social negou as acusações.
“Estes documentos estão sendo selecionados para se encaixar na narrativa do demandante”, disse o porta-voz do Facebook, Joe Osborne, à agência AFP.
“O ‘Potential Reach’ é uma ferramenta de planejamento de campanha que nunca é utilizada para cobrar os clientes”, acrescentou. “É uma estimativa e explicamos claramente como se calcula em nossa interface publicitária”.
Em março de 2019, a rede social mudou a forma de medir esta audiência, que desde então não se baseia mais nos usuários ativos, e sim no número de pessoas que viram um anúncio de um produto nos últimos 30 dias.
Entretanto, o processo alega que a empresa “ainda não retirou as contas falsas e duplicadas de seu cálculo de alcance potencial”.
Essa não é a primeira vez que o Facebook se envolve em polêmicas sobre as métricas em sua rede social. Em 2016, a companhia reconheceu que divulgava métricas de visualização de vídeo exageradas.
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