Economista será a sucessora do brasileiro Roberto Azevêdo, que deixou o cargo em agosto. Desde 1995, apenas homens comandaram a instituição. Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra das Finanças e Relações Exteriores da Nigéria.
Emma Farge/Reuters
A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala tornou-se a primeira mulher a ser diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A nomeação foi confirmada oficialmente em reunião da entidade nesta segunda-feira (15). O mandato dela começa em 1º de março de 2021.
Okonjo-Iweala tem 66 anos e é economista especializada em finanças globais. Foi diretora de operações do Banco Mundial, onde fez carreira por 25 anos, além de ter sido a primeira mulher a comandar o ministério das Finanças da Nigéria, cargo que ocupou por duas vezes (2003 a 2006 e 2011 a 2015).
Ela também presidiu a Aliança Global para Imunização e Vacinação (GAVI, na sigla em inglês) e liderou um dos programas da Organização Mundial da Saúde de luta contra a Covid-19.
Entre reconhecimentos pelo seu trabalho, estão, entre outros, a indicação como uma das 8 mulheres que inspiram na luta anticorrupção pela Transparência Internacional (2019), uma das 50 maiores líderes mundiais pela revista Fortune, em 2015, e esteve entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time, em 2014.
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Desde a criação da OMC, em 1995, apenas homens comandaram a instituição: três europeus, um neozelandês, um tailandês e um brasileiro. O último deles foi o brasileiro Roberto Azevêdo, que deixou o cargo em agosto.
Okonjo-Iweala, chamada por alguns de Dra. Ngozi, foi a única candidata que restou na disputa, com amplo apoio da União Africana e da União Europeia. Seu nome só não foi confirmado mais cedo por oposição dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump.
Os americanos trabalhavam pela indicação da ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee. No último dia 5, Myung-hee retirou seu nome da disputa e abriu caminho para Okonjo-Iweala.
A decisão de Seul de retirar sua candidata se dá duas semanas depois que o democrata Joe Biden assumiu o poder na Casa Branca.
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