Presidente se irritou com medidas anunciadas pelo banco, de fechamento de cerca de 200 agências e lançamento de programa de demissão voluntária para cortar 5 mil vagas. O atual presidente do BB, André Brandão, em foto de maio de 2015, quando participou de audiência da CPI do HSBC no Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado
O presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a demissão do presidente do Banco do Brasil, André Brandão.
Segundo fontes do Planalto, não há comunicado oficial da demissão porque o ministro busca reverter o pedido.
O pedido de demissão foi motivado pelo anúncio de fechamento de cerca de 200 agências e do plano de reestruturação que prevê um programa de demissão voluntária com o objetivo cortar 5 mil vagas. Bolsonaro não concordou com as medidas.
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Na manhã desta quinta-feira, o Banco do Brasil informou ao mercado por meio da divulgação de “fato relevante” à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não ter recebido nenhuma comunicação formal por parte do “acionista controlador” (o governo federal) sobre decisão a respeito da demissão da instituição.
De acordo com o blog da Ana Flor, Bolsonaro se irritou com o anúncio, feito no início desta semana, do fechamento de agências e do programa de demissão voluntária.
Segundo informou ao blog de Valdo Cruz um auxiliar presidencial, Bolsonaro pressiona para que o plano seja suspenso, ou pelo menos adiado, a fim de evitar influência nas eleições dos novos presidentes da Câmara e Senado — Bolsonaro apoia Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado.
Parlamentares estão reclamando, de acordo com o blog, do fechamento de agências em suas bases eleitorais.
Nesta quinta (14), apesar do fato relevante encaminhado pelo banco ao mercado, informou o blog de Valdo Cruz, a situação de André Brandão permanecia indefinida.
André Brandão tomou posse na presidência do banco em setembro do ano passado egresso do grupo HSBC, onde foi presidente. Ele tem mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro.
No HSBC, começou a atuar no final de 1999, na área de renda fixa, vendas e câmbio. Em 2001, assumiu o cargo de diretor de tesouraria, e posteriormente, foi promovido a diretor-executivo de tesouraria. Ele também atuou como diretor da área de mercado do banco para toda a América Latina, antes de chegar à presidência, em 2012. Além do HSBC, já trabalhou também no Citibank, entre São Paulo e Nova York.
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Reestruturação do BB
O Banco do Brasil anunciou na segunda-feira (11) a abertura de dois programas de demissão voluntária com a previsão de adesão de cerca de 5 mil funcionários.
O banco anunciou ainda o fechamento de 361 unidades (112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento) no primeiro semestre deste ano.
As chamadas modalidades de desligamento incentivado voluntário aos funcionários são as seguintes:
Programa de Adequação de Quadros (PAQ), a fim de otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco. Além da opção de desligamento, o PAQ incentiva movimentações laterais para unidades onde existam vagas.
Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), disponível a todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos e é específico para o incentivo ao desligamento, com limite de 5 mil adesões.
O Banco do Brasil anunciou que a reorganização da rede de atendimento, incluindo o fechamento de unidades, deve trazer uma economia líquida anual estimada com despesas administrativas de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.
O objetivo do fechamento das unidades, segundo o banco, é trazer mais eficiência à rede de atendimento, propiciar recursos para abertura das unidades de atendimento especializado e melhorar a experiência do cliente.
(NOTA DA REDAÇÃO: ao ser publicada, esta reportagem atribuiu a informação sobre o pedido de Bolsonaro a Guedes à Secretaria de Imprensa do Planalto. Na verdade, essa informação foi passada ao G1 por fontes do Planalto.)
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