Em novembro, crescimento foi de 2,6%, mas setor ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro, segundo IBGE. Em 12 meses, setor acumula tombo recorde de 7,4%. O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 2,6% em novembro, na comparação com outubro, segundo divulgou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor cravou a 6ª alta seguida, mas ainda não conseguiu retomar o patamar pré-pandemia.
Apesar do ganho acumulado de 19,2% nesse período, o resultado ainda é insuficiente para compensar a perda de 19,6% verificada entre fevereiro e maio no setor, que ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro, destacou o IBGE.
Na comparação com novembro de 2019, houve queda de 4,8%, a nona taxa negativa seguida nesta base de comparação.
Volume de serviços mês a mês
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O IBGE revisou três das cinco altas anteriores, que tiveram crescimento maior que o divulgado anteriormente. A de outubro passou de 1,7% para 1,8%, a de setembro de 2,1% para 2,2% e a de julho de 2,7% para 2,9%.
Tombo de 8,3% no acumulado no ano e queda recorde em 12 meses
No ano, o setor de serviços passou a acumular queda foi de 8,3%, frente ao mesmo período de 2019. Já em 12 meses, o tombo chegou a 7,4%, resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica, em dezembro de 2012.
De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, as atividades que estão encontrando mais dificuldades são aquelas prestadas de forma presencial, por isso, o setor ainda não conseguiu recuperar as perdas:
“Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros – seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário – até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia”, avaliou.
Segundo o IBGE, além de não ter voltado ao nível pré-pandemia, o volume de serviços no Brasil ainda se encontra 14,1% abaixo do recorde histórico, registrado em novembro de 2014.
Distância (em %) do patamar pré-pandemia por atividade de serviços
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Desempenho por segmentos
Todas as cinco atividades investigadas na pesquisa tiveram crescimento na passagem de outubro para novembro, com destaque para os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,4%) e serviços prestados às famílias (8,2%).
Variação do volume de serviços em novembro, por atividade e subgrupos:
Serviços prestados às famílias: 8,2%
Serviços de alojamento e alimentação: 9,1%
Outros serviços prestados às famílias: 1,5%
Serviços de informação e comunicação: 0,5%
Serviços de tecnologia da informação e comunicação: -0,3%
Telecomunicações: -0,5%
Serviços de tecnologia da informação: -0,2%
Serviços audiovisuais: 5,6%
Serviços profissionais, administrativos e complementares: 2,5%
Serviços técnico-profissionais: 2,5%
Serviços administrativos e complementares: 1,5%
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 2,4%
Transporte terrestre: 4,2%
Transporte aquaviário: -3,8%
Transporte aéreo: 6,8%
Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,6%
Outros serviços: 0,5%
Serviços cresceram em 19 das 27 unidades da federação
Regionalmente, 19 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em novembro. São Paulo (3,2%) registrou a maior alta. Outras contribuições positivas relevantes vieram de Minas Gerais, (2,8%), do Rio de Janeiro (1,3%), do Rio Grande do Sul (3,2%), de Pernambuco (5,2%) e do Paraná (2,1%). Já a principal retração foi do Distrito Federal (-9,9%).
Índice de atividades turísticas tem alta de 7,6% em novembro
O IBGE informou também que o índice de atividades turísticas cresceu 7,6% contra outubro, sétima taxa positiva seguida. O segmento, no entanto, ainda precisa avançar 42,8% para retornar ao patamar de fevereiro.
Perspectivas
Amplamente dependente do contato presencial e de maior mobilidade, o setor de serviços, que tem importante peso sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país, foi o mais abalado pela pandemia de coronavírus e tem mostrando uma retomada bem mais lenta do que a observada no comércio e na indústria, que já retomaram o patamar pré-pandemia.
A confiança do setor de serviços mostrou leve recuperação em dezembro, mas fechou o ano em baixa, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Para o economista-chefe da Necton, André Perfeiro, o resultado de novembro foi positivo e veio melhor que o esperado. “De maneira geral foi um ótimo número e mais um dado importante na véspera da decisão do Copom que mostra atividade um pouco mais forte e assim pode mudar em parte o balanço de riscos da autoridade monetária”, avaliou.
Na semana passada, o IBGE divulgou que a produção industrial cresceu 1,2% em novembro. Na parcial de 2020, porém, o setor acumula queda de 5,5%.
Já os dados do desempenho do comércio em novembro serão divulgados na sexta-feira (15).
Os economistas do mercado financeiro estimam um tombo do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,37% em 2020, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2021, projetam uma alta de 3,41%.
Os analistas do mercado passaram a projetar também uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022.
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