Segundo a Feam, o setor de postos de combustíveis é o responsável pelo maior número de áreas contaminadas no Estado, aproximadamente 75%. Relatório de 2020 foi divulgado nesta semana; confira. Área contaminada identificada em vistoria realizada por técnicos em refinaria de petróleo em Betim
Feam/Divulgação
As regiões da Zona da Mata e Campo das Vertentes registraram 51 áreas entre contaminadas e reabilitadas no inventário de 2020 da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). O levantamento aponta que Minas Gerais conta atualmente com 678 áreas nesta situação.
De acordo com a Feam, as áreas consideradas contaminadas são aquelas em que as concentrações das substâncias ou compostos químicos estão acima dos Valores de Investigação estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH n° 02/2010, o que indica a existência de potencial risco à saúde humana e ao meio ambiente.
O G1 analisou os dados do inventário e apurou que as cidades com mais áreas contaminadas e reabilitadas nas regiões são Juiz de Fora (19), Muriaé (5), São João del Rei (5), Barbacena (4), Santos Dumont (4), Leopoldina (2) e Ubá (2). O levantamento conta com dados de 182 municípios mineiros.
Segundo a Feam, o setor de postos de combustíveis é o responsável pelo maior número de áreas contaminadas no Estado, aproximadamente 75%. Em seguida, aparecem a indústria metalúrgica (7%), ferrovias (7%), refino e armazenamento de petróleo (3%), atividades minerárias (2%) e indústria química (1%).
Os meios mais impactados são as águas subterrâneas e os solos, na maioria das vezes conjuntamente. Isto ocorre porque a maior parte das contaminações, cerca de 84%, é proveniente de vazamentos ou infiltrações de produtos no solo e subsolo, que atingem a água subterrânea.
No relatório, entre as cidades da Zona da Mata e Vertentes, também aparecem com uma área contaminada os municípios de Barroso, Carangola, Cataguases, Descoberto, Espera Feliz, Fervedouro, Matias Barbosa, Mercês, Recreio e Tombos.
Análise por cidade
Das 19 áreas contaminadas em Juiz de Fora, 15 delas são referentes a postos revendedores de combustíveis e dois de indústria metalúrgica. As outras duas fontes de contaminação foram identificadas em empreendimentos de fabricação para materiais para uso em medicina e fabricação de medicamentos.
Tanto em Muriaé quanto em Barbacena todas as áreas contaminadas são referentes a postos revendedores de combustíveis e passam por procedimentos de reabilitação. As intervenções têm o objetivo de descontaminar águas subterrâneas e o solo, que foram atingidos por causa de vazamentos e infiltrações.
Em Santos Dumont, todas as áreas contaminadas são referentes a postos revendedores de combustíveis. O mesmo ocorre com as cidades de Ubá e Leopoldina. Já São João del Rei, além das relacionadas a postos de combustíveis, há contaminação também por causa da ferrovia.
Na cidade de Descoberto, a atividade responsável pela contaminação é a lavra em aluvião, exceto areia e cascalho. O meio atingido é o solo, que acaba contaminado por mercúrio. A área ainda não está reabilitada e está na fase de elaboração do projeto de intervenção.
Na mesma situação se encontra a área em Barroso, contaminada por causa de atividade de indústria química. O elemento contaminante, no entanto, é o estireno, que por descarte ou disposição de resíduos atingem as águas subterrâneas.
Nas outras cidades que têm registro de apenas uma área de contaminação, a atividade causadora é referente a postos revendedores de combustíveis em Carangola, Espera Feliz, Fervedouro, Matias Barbosa, Mercês e Tombos. Por fim, Cataguases e Recreio têm fontes de contaminação em processo de reabilitação relacionadas às ferrovias.
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