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Brasil vence prêmio Fóssil do Ano por 'calar sociedade civil' e 'desproteger povos indígenas'

Governo Jair Bolsonaro foi premiado em duas categorias da premiação, que teve neste ano uma edição especial em homenagem aos cinco anos do Acordo de Paris. Governo Jair Bolsonaro foi premiado em duas categorias da premiação, que teve neste ano uma edição especial em homenagem aos cinco anos do Acordo de Paris.
Reprodução
O governo brasileiro foi escolhido nesta sexta-feira (11) como vencedor em duas categorias do prêmio “Fóssil do Ano”. Ao todo, a premiação concedeu cinco “estatuetas” e o Brasil teve a companhia de Austrália e Estados Unidos entre os vencedores.
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O prêmio é tradicionalmente concedido durante as conferências do clima da ONU e é organizado pela Climate Action Network (CAN). Por causa da pandemia, a conferência não foi realizada em 2020, mas a CAN celebrou uma edição especial para destacar os países que “fizeram seu melhor para serem os piores” nos últimos cinco anos.
O Brasil venceu na categoria “Não proteger as pessoas dos Impactos Climáticos”. A escolha foi justificada pelos organizadores diante do que apontam como um esforço do governo Bolsonaro em destruir os ecossistemas brasileiros e não proteger os povos indígenas das queimadas e dos efeitos da mudança do clima.
O segundo prêmio foi concedido na categoria “Reduzir o espaço da sociedade civil”. Os organizadores destacam a repressão aos grupos da sociedade civil que resistem às políticas de desmonte ambiental e lutam pelos direitos das comunidades indígenas.
No quesito, o destaque foi para o plano do Conselho Nacional da Amazônia Legal, coordenado pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, que pretende, por meio de um marco regulatório, ter o “controle” de 100% das ONGs que atuam na região até 2022.
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“A sociedade civil, apesar das ameaças, precisa se fortalecer para pressionar, nacional e internacionalmente, por medidas efetivas de redução nas emissões, pela preservação das florestas e proteção dos indígenas”, disse Nayara Castiglioni Amaral, coordenadora-geral do Engajamundo, que recebeu os prêmios.
Austrália e Estados Unidos
A Austrália foi a vencedora na categoria “Não honrar a meta de 1,5°C” por defender o carvão mineral e se recusar a adotar uma meta de neutralização de emissões.
Os EUA venceram por “não prover financiamento climático” e ainda levaram o prêmio máximo “Fóssil Colossal” por terem abandonado o Acordo de Paris. No ano passado, o grande prêmio ficou com o Brasil, por “culpar ambientalistas pelas queimadas na Amazônia”.
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