Vice-presidente da República esteve no Espírito Santo nesta quarta-feira (2) para evento realizado pela Rede Gazeta. Ele também defendeu reformas administrativa e tributária, além de privatizações para alcançar o equilíbrio das contas públicas. Vice-presidente Mourão em evento realizado no Espírito Santo
Reprodução/Rede Gazeta
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), defendeu que o auxílio emergencial poderia ter tido um valor menor e ter sido pago por mais tempo. Ele participou de evento realizado pela Rede Gazeta, em Vitória, nesta quarta-feira (2).
Nesta terça (1º), ao dizer que perpetuar alguns benefícios é o caminho certo para o “insucesso”, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia indicado uma direção oposta à possível prorrogação do pagamento.
Durante o Vitória Summit 2020, que debate os caminhos nos âmbitos econômicos e políticos no pós-Covid-19, Mourão conduziu a palestra com o tema “Os desafios da nação e soluções para um futuro de prosperidade”.
Depois de fazer um panorama histórico para explicar o que levou à atual situação política e econômica do Brasil e de países vizinhos, o vice-presidente defendeu a reforma administrativa e as privatizações. E, ao contextualizar o cenário encarado pelo país por causa da pandemia, citou o auxílio emergencial.
Para Mourão, se o valor pago tivesse sido mais baixo, seria possível estender o benefício por mais alguns meses. O auxílio começou a ser pago em maio e termina este mês.
“Inicialmente, a proposta do governo era de R$ 200, passou para R$ 300, aí veio R$ 500, e terminou em 600. Minha opinião muito clara é que a gente podia ter pago menos por mais tempo, seria mais eficiente e eficaz, mas isso é o que foi decidido junto com Parlamento e, bom, deu uma sobrevida essa turma toda. Mas o problema está aí, está no horizonte e temos que buscar uma solução para isso”, disse.
Veja o calendário completo de pagamentos do auxílio emergencial
Até o momento, o Planalto não divulgou uma decisão oficial sobre a extensão ou pagamento de novos auxílios, mas, em visita a Foz do Iguaçu nesta terça, Bolsonaro sinalizou que isso não deve acontecer.
“Ajudamos o povo do Brasil com alguns projetos por ocasião da pandemia. Alguns querem perpetuar alguns benefícios. Ninguém vive dessa forma. É o caminho certo para o insucesso”, disse, na ocasião.
Reformas administrativa, tributária e privatizações contra a crise
Obedecendo à temática do evento, que discute os efeitos pós-pandemia, Mourão projetou nas reformas administrativa e tributária, no corte dos gastos e nas privatizações as saídas para a crise econômica reforçada pelo surgimento do coronavírus.
“A primeira coisa foi a reforma da previdência, mas precisamos da reforma administrativa, temos que redefinir a questão das carreiras de estado, da estabilidade do funcionalismo público, dando estabilidade àquelas carreiras que são de estado. Temos que redefinir a questão salarial, tem que haver uma escala de mérito”, disse.
“Precisamos avançar nas privatizações, vender empresas que estão apenas sugando recurso do Tesouro e gerando mais dívidas. Precisamos avançar nessas medidas para que o equilíbrio fiscal seja atendido”, completou.
O vice-presidente ressaltou ainda a necessidade de acelerar o andamento de três Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que estão paradas no Congresso: a PEC dos Fundos, a PEC do Pacto Federativo e a PEC Emergencial.
“Não podemos mais nos omitir nessa questão. Temos que fazer isso avançar”, disse.
Para ele, o andamento dessas reformas só deve acontecer no ano que vem, com a eleição das novas mesas diretoras da Câmara e do Senado.
Vice-presidente Hamilton Mourão se reúne com lideranças capixabas no ES
Desmatamento na Amazônia
Outro assunto abordado pelo vice-presidente durante o evento foi a sustentabilidade e o desmatamento na Amazônia.
Mourão disse que o desmatamento da Amazônia “não deve ser tratado única e exclusivamente com repressão e operações de comando e controle”.
O vice-presidente, portanto, defendeu o zoneamento econômico e ecológico para que cada região tenha sua vocação definida (turismo, exploração da biodiversidade, agropecuária, mineração estratégica, por exemplo).
“Esse zoneamento econômico e ecológico que está previsto na nossa lei ambiental de 1981 até hoje não foi feito por ninguém, é uma tarefa que o presidente Bolsonaro me encarregou de presidir”, disse.
Ele também destacou a necessidade de colocar em prática a regularização fundiária a recuperação da capacidade dos órgãos de fiscalização ambientais e o uso de satélites para monitorar a Amazônia.
Programação Vitória Summit
Quinta-feira (3)
15h: O “novo normal”, seus impactos na economia e quais perspectivas para o Brasil (on-line) – Teco Medina (economista e comentarista da CBN) e Maílson da Nóbrega (economista)
17h: Painel Anuário: A reconstrução da economia capixaba pós-pandemia e perspectivas para 2021 (on-line) – Beatriz Seixas (jornalista), Bruno Funchal (secretário do Tesouro Nacional) e Renato Casagrande (governador do Espírito Santo)
Sexta-feira (4)
14h: Painel Papo de CEO (presencial/on-line) – Carlos Júlio (empresário, professor e escritor da área de negócios), Luiza Helena Trajano (CEO Magazine Luiza) e Maria Silvia Bastos (CEO Goldman Sachs)
16h: Democracia e saúde pública: realizando eleições em meio à pandemia (on-line) – Luiz Barroso (ministro do STF) e Daniela Abreu (jornalista)
18h30: Programa Fim de Expediente (CBN) (presencial/on-line) – Teco Medina, Dan Stulbach, José Godoy, Rodrigo Bocardi (jornalista da Rede Globo, convidado).
O Vitória Summit é um evento exclusivo para convidados. Na programação presencial é obrigatória a apresentação do convite. Já nos eventos on-line, a participação é por meio de um link exclusivo recebido previamente.
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