Floresta brasileira já ultrapassou os 89.176 focos de calor detectados de janeiro a dezembro do ano passado, chegando a 89.604 nesta quinta-feira (22). Veja dados por estado. Incêndios na Amazônia: Moradora olha enquanto fogo se aproxima de sua casa perto de Porto Velho, no dia 16 de agosto.
Ueslei Marcelino/Reuters
As queimadas na Amazônia em 2020 já ultrapassaram o total registrado de janeiro a dezembro do ano passado. Foram 89.604 focos de calor detectados pelos satélites monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) até esta quinta-feira (22), contra 89.176 em 2019.
Queimadas na Amazônia
De 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019 foram 89.176 pontos de calor detectados;
De 1º de janeiro a 22 de outubro de 2020 já são 89.604 focos;
Em 2019, o número de focos na Amazônia já foi 30% maior do que em 2018.
Desde 1998, o ano que mais queimou foi 2004: 218.637 focos foram detectados;
O que menos queimou foi 2000, com 48.168.
Mais cedo, também nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que convidará diplomatas estrangeiros para visitar a floresta amazônica. Segundo o presidente, eles não verão “nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”.
Bolsonaro diz que não há ‘sequer um hectare de selva devastada’ na Amazônia
Bolsonaro deu a declaração no Palácio do Itamaraty, durante cerimônia de formatura de novos diplomatas do Instituto Rio Branco.
“Estamos ultimando uma viagem Manaus-Boa Vista, onde convidaremos diplomatas de outros países para mostrar naquela curta viagem de uma hora e meia, que não verão em nossa floresta amazônica nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”, afirmou.
O Greenpeace questionou as declarações de Jair Bolsonaro e disse que “ao contrário das alegações do presidente”, houve uma “alta das queimadas e incêndios florestais na Amazônia”.
“A falta de medidas para conter tamanho dano a maior floresta tropical do mundo revela o descaso do atual governo em cuidar das florestas e de seus povos, ou, o que é pior, a escolha deliberada do governo de pactuar com essa destruição, tentando esconder o que o mundo já sabe: o Brasil está em chamas”, afirma Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace no Brasil.
Pantanal também queima
Antes do final de setembro, o Pantanal já registrava o número mensal mais alto de focos de incêndio desde o início da série histórica do Inpe, em 1998. O mês inteiro acabou somando 8.106 pontos de calor. O recorde mensal anterior era de agosto de 2005, quando houve 5.993 registros no bioma.
Em agosto, foi registrado o segundo maior número de queimadas para o mês; julho também registrou um recorde mensal.
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