Aumento acontece na comparação com o mesmo mês de 2019; foram 143 km² com sinais de desmatamento, segundo dados reunidos pelo instituto. Capital Porto Velho é a terceira cidade com maior número de alertas: 66 km² de floresta em setembro de 2020 foram destruídos. Imagem de área afetada pelo desmatamento na Amazônia
Raphael Alves/AFP/Arquivo
Os alertas de desmatamento em Rondônia aumentaram 42% em setembro de 2020 na comparação com o mesmo mês em 2019. É o que revela o levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgado nesta quarta-feira (21). Na Amazônia Legal, o aumento foi de 52%: são 803 km² de floresta perdida. Os dados são medidos por um sistema do próprio instituto.
Segundo o Imazon, 143 km² foram detectados com resquícios de desmatamento em Rondônia em um único mês, contra 101 km² em setembro do ano passado.
O estado segue na quarta posição do ranking (com 12% do total) das regiões com mais alertas de perda de floresta, ficando atrás de Pará (51%), Amazonas (13%) e Mato Grosso (12%).
Na contramão dos dados, a degradação florestal em Rondônia no mês de setembro apresentou recuo de 60% na comparação com igual período de 2019. No total, foram 31 km² de área degradada contra 78 km² em setembro do ano passado.
Os dados do Imazon apontam também que Porto Velho é a terceira cidade com maior número de alertas entre os municípios mais críticos: 66 km² de floresta foram destruídos em setembro deste ano. Antes da capital vem Altamira e São Félix do Xingu, no Pará, com 79 e 75 km² perdidos, respectivamente.
As reservas rondonienses Rio Preto-Jacundá, Jaci Paraná e Rio Pardo também estão entre as unidades de conservação mais castigadas, com supressão florestal de 34, 12 e 3 km² em setembro deste ano.
Como o Imazon mede o desmatamento
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon foi criado em 2008. Ele se baseia em imagens de satélites para captar a mudança do uso do solo. Com isso, afirma o Imazon, é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare, mesmo sob condição de nuvens.
O sistema de alertas do governo, chamado de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), usa imagens de satélite de 6 hectares.
As imagens são captadas e analisadas pela ferramenta de monitoramento do instituto. O Imazon afirma que, atualmente, o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM ), Landsat 8 (OLI), Sentinel 1A e 1B, e Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condição de nuvens.
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Juliane Souza/G1
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