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Groenlândia pode perder gelo mais rápido do que em qualquer século ao longo de 12 mil anos, conclui estudo

Pesquisadores alertam que os países ao redor do mundo precisam agir para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. A borda do manto de gelo da Groenlândia
Jason Briner / Universidade de Buffalo
Se a sociedade não reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, a taxa de perda de gelo da Groenlândia neste século provavelmente será muito superior à de qualquer século nos últimos 12 mil anos. É o que diz um novo estudo publicado nesta quarta (30) na revista científica “Nature”.
“Alteramos tanto nosso planeta que as taxas de derretimento da camada de gelo neste século estão em um ritmo maior do que qualquer coisa que vimos sob a variabilidade natural da camada de gelo nos últimos 12 mil anos”, disse Jason Briner, PhD, professor de geologia da Universidade de Buffalo, nos EUA. Briner liderou o estudo colaborativo, coordenando o trabalho de cientistas de várias disciplinas e instituições.
Infográfico descreve as descobertas do estudo. A Groenlândia está a caminho de perder gelo mais rápido neste século do que em qualquer século nos últimos 12.000 anos, de acordo com o estudo que modela a perda de gelo no passado, presente e futuro.
Bob Wilder / University at Buffalo
O pesquisador diz que os resultados mostram que os países ao redor do mundo precisam agir agora para reduzir as emissões, desacelerar o declínio das camadas de gelo e mitigar o aumento do nível do mar.
“Nossas descobertas são um alerta, especialmente para países como os EUA. Os americanos usam mais energia por pessoa do que qualquer outra nação do mundo. Os americanos precisam fazer uma dieta energética. Os americanos mais ricos podem fazer mudanças no estilo de vida, instalar painéis solares, dirigir veículos com eficiência energética”, ressaltou Briner.
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A pesquisa reuniu modeladores de clima, cientistas de núcleo de gelo, especialistas em sensoriamento remoto e pesquisadores de paleoclima. A equipe usou um modelo de manto de gelo de última geração para simular mudanças no setor sudoeste do manto de gelo da Groenlândia, começando no início do Holoceno há cerca de 12 mil anos e se estendendo 80 anos até 2100.
“Este estudo mostra que a perda futura de gelo provavelmente será maior do que qualquer coisa que a camada de gelo experimentou no Holoceno – a menos que sigamos um cenário de baixa emissão de carbono no futuro”, disse a coautora Jessica Badgeley, estudante de doutorado no Departamento de Ciências Espaciais e Terrestres da Universidade de Washington.
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Embora o projeto tenha se concentrado em apenas uma parte da Groenlândia, a pesquisa mostra que as mudanças nas taxas de perda de gelo correspondem às mudanças em todo o manto.
“Contamos com o mesmo modelo de manto de gelo para simular o passado, o presente e o futuro”, explicou Badgeley. “Assim, nossas comparações da mudança na massa do manto de gelo ao longo desses períodos são internamente consistentes, o que resulta numa comparação robusta entre as mudanças do manto de gelo anteriores e projetadas.”
“Temos longos cronogramas de mudança de temperatura, do passado ao presente e ao futuro, que mostram a influência dos gases de efeito estufa na temperatura da Terra. Agora, pela primeira vez, temos uma longa linha do tempo dos impactos dessa temperatura – na forma do derretimento da camada de gelo da Groenlândia – do passado para o presente e para o futuro”, completou Briner.

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