André Trigueiro sobre recordes de queimadas: ‘Não é obra do acaso e 2021 pode ser pior’
Quem em Brasília continuar dizendo que “queimada tem todo ano” age por ignorância ou má fé. Os mais recentes dados do INPE confirmam a gravidade da situação no Pantanal e na Amazônia. A falta de chuvas na maior planície alagada do mundo – o Pantanal enfrenta a maior estiagem em 60 anos – tornou a região mais inflamável e vulnerável às queimadas.
Mas o Ministério do Meio ambiente, além de não utilizar todo o recurso previsto em orçamento para o combate às queimadas, demorou demais para iniciar a contratação dos brigadistas. Resultado: foi o pior setembro da história do bioma com um aumento de 180% nos focos de calor em relação ao mesmo período do ano passado.
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Na Amazônia foram registrados no mesmo mês de setembro 32.017 focos de calor, 60% a mais que no mesmo período do ano passado. Historicamente as queimadas vêm na sequência dos desmatamentos e não foi por falta de aviso que os incêndios se alastraram na região.
Em junho, especialistas do INPE e do CEMADEN emitiram um alerta denunciando o risco de incêndios em “proporções descontroladas”. A nota técnica pediu atenção do governo federal para “elaboração de estratégias de prevenção a desastres naturais na região amazônica”.
Parte da responsabilidade dessas tragédias recai sobre este governo negacionista, que insiste em desqualificar os dados do Inpe, responsabilizar ONGs por crimes ambientais, ignorar os alertas da ciência climática e desmontar as políticas de proteção e preservação dos recursos naturais.
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São muitas as evidências de improbidade administrativa que tem marcado a gestão do atual ministro do meio ambiente – que foi condenado por este crime quando era Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – e segue conduzindo a marcha do desmonte com implicações gravíssimas sobre a fauna, a flora, os recursos hídricos e a qualidade do ar. Até quando?
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