Setembro marca o início do período mais quente no Ceará; temperaturas passam dos 36° C thumbnail
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Setembro marca o início do período mais quente no Ceará; temperaturas passam dos 36° C

Sobral tem a temperatura máxima média mais alta neste último quadrimestre do ano no estado, com termômetros marcando até 36,6° em outubro Chuvas são escassas nesta época do ano, aumentando sensação de calor em grande parte do estado
TV Verdes Mares/Reprodução
Setembro marca o início dos quatro meses mais quentes do ano no Ceará. A temperatura média compensada varia entre 28° C e 29° C, enquanto que a máxima média chega a ultrapassar os 36° C em alguns municípios cearenses. Além disso, este período é assinalado pela baixa umidade relativa do ar, inferior a 30%, o que requer cuidados com a saúde.
De acordo com o meteorologista da Fundação Cearense de Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz, nos últimos meses do ano diminui a cobertura de nuvens no céu, por causa do término do período de chuvas. Com o céu “limpo” ou com poucas nuvens, a incidência solar e as horas de sol são maiores na superfície. “Por sua vez, faz subir a temperatura do ar sobre ela”, explica.
Fritz pondera que, felizmente, é um período de ventos mais fortes que acabam amenizando as temperaturas mais altas. “Faz com que a sensação de calor não seja muito grande, principalmente neste período, mas aumentando essa sensação em direção ao final do ano em que os ventos diminuem de intensidade”, reforça. O solo com menor cobertura vegetal verde e menos úmido nesta época também contribui para o calor, completa o meteorologista.
Segundo o meteorologista, o interior do estado, sem considerar as áreas serranas, tende a mostrar as temperaturas mais altas no início das tardes. “No litoral, temperaturas máximas menores”, acrescenta.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), neste mês de setembro, os municípios com as temperaturas médias compensadas mais altas são: Crateús (28,8° C), Iguatu (28,3° C), Sobral e Tauá (28,1° C). Já em outubro, lideram o mesmo ranking Crateús (29,5° C), Iguatu (29,3° C) e Tauá (28,9° C).
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Em novembro, que é o mês mais quente do ano no estado, Crateús mantém a liderança na temperatura média, com 29,6° C. Em seguida, aparecem Iguatu (29,5° C) e Tauá (29,10º C). Por último, em dezembro, quando se aproxima do período de pré-estação chuvosa, os municípios mais quentes são: Iguatu (29,2° C), Crateús (29° C) e Tauá (28,6° C).
No último quadrimestre do ano, Sobral lidera em relação à temperatura máxima média, registrando 36,4° C (setembro), 36,6° C (outubro), 36,5° C (novembro) e 35,9° C (dezembro). Nestes dois primeiros meses, Crateús fica em segundo lugar, tendo 35,5° C e 36° C, enquanto Morada Nova acompanha nos dois últimos, com 35,9° C e 35,6° C.
Segundo o Inmet, nos últimos 39 anos, o recorde de temperatura máxima no quadrimestre é de Crateús, que em 2005 alcançou 39,8° C. Já no mês de setembro, especificamente, Morada Nova e Crateús dividem a liderança de quase quatro décadas, atingindo 39° C em 1998 e 2000, respectivamente.
Chuvas
Apesar de escassas, Fritz ressalta que há possibilidade de chuvas isoladas e relativamente intensas no Ceará entre setembro e dezembro. “Vem por outra, principalmente em direção ao final do ano, em áreas litorâneas e serranas ou Jaguaribana. Mas são ocorrências pouco frequentes. Em dezembro, pode ter mais eventos de chuva no Cariri”, explica.
Em setembro, a média pluviométrica no estado, segundo a Funceme, é a menor do ano, apenas 2,2 milímetros. Em outubro, chega a ser um pouco maior: 3,9 milímetros. À medida que se aproxima o fim do ano, o volume volta a crescer, sendo 5,9 milímetros, em novembro, e 31,6 milímetros, em dezembro, que marca a pré-estação chuvosa no Sul do Ceará.
Umidade
Com a chegada dos meses mais quentes do ano, outra preocupação é a baixa umidade relativa do ar, que além de oferecer riscos à saúde, aumenta a chances de propagação de incêndios florestais. “Não só pela temperatura, mas tem sido disparados alertas. Um dos fatores que contribui para queimadas: as altas temperaturas, com baixa umidade relativa do ar. E a gente tem uma maior ocorrência de ventos, que faz com que esse fogo se alastre mais”, alerta Ana Freitas, mestranda em Sensoriamento Remoto no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Nessa segunda-feira (31), o Inmet emitiu um alerta de “Perigo Potencial” para 118 dos 184 municípios cearenses (64,13%), quando a umidade relativa do ar varia entre 20% a 30%, oferecendo um risco de incêndios e à saúde. A publicação também é válida até esta quarta-feira (2), às 18h10.
O tempo mais seco pode causar o ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz, entre outros. O alergologista e imunologista Cícero Inácio exemplifica outros problemas causados pela baixa umidade do ar, como secura das mucosas nasais, exacerbação de conjuntivites alérgicas, dermatite atópica, asma e rinite alérgica. Por isso, ele recomenda que a população tome bastante líquido, principalmente água, e evite os horários mais quentes, das 10h às 15h. “É importante evitar bebidas alcoólicas, principalmente destilados e, se a umidade estiver muito baixa, fazer uso de um umidificador de ar”, orienta.

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