Segundo tribunal, empregados aceitaram proposta de renovação das 79 cláusulas vigentes no acordo coletivo, mas empresa só aceitou renovar nove. Ainda não há data para julgamento. Sem acordo entre funcionários e empresa, a greve nos Correios irá a julgamento, informou o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
De acordo com a assessoria do tribunal, o processo será relatado pela ministra Kátia Arruda, que integra a Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Ainda não há data para o julgamento.
Segundo o TST, nestas quarta (26) e quinta (27), houve reuniões no tribunal entre representantes dos trabalhadores e dos Correios, mas não houve acordo para a suspensão da paralisação.
A empresa informou em nota que a adesão dos servidores à greve é “baixa” e que aguarda retorno de parte dos trabalhadores grevistas às atividades (veja íntegra da nota mais abaixo).
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O vice-presidente do TST, ministro Vieira de Mello Filho, apresentou uma proposta de renovação das 79 cláusulas vigentes no acordo coletivo, sem reajustes nas cláusulas econômicas.
A proposta chegou a ser aceita pelos empregados, mas os Correios só aceitaram a manutenção de nove das cláusulas.
A paralisação dos trabalhadores dos Correios começou no último dia 17.
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa dos Correios e Similares, os grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam do que chamam de “negligência com a saúde dos trabalhadores” na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos.
A entidade argumenta que os trabalhadores foram surpreendidos com a revogação do atual acordo coletivo, que estaria em vigência até 2021.
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Nota dos Correios
Veja a íntegra da nota divulgada pelos Correios:
De acordo com sistema de monitoramento dos Correios, a adesão ao movimento paredista é baixa. A empresa aguarda o retorno de parte dos trabalhadores que aderiram à paralisação parcial o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na justiça.
Desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, os Correios têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19. Conforme já amplamente divulgado, a empresa não tem mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação. A paralisação parcial em curso somente agrava esta situação.
A intransigência das entidades representativas está prejudicando não só o funcionamento da empresa, mas, essencialmente, a população brasileira. A empresa aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho para por fim ao impasse. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo.
Ainda assim, os Correios permanecem servindo à população e trabalhando para minimizar os efeitos da paralisação parcial dos empregados. Neste fim de semana, a empresa dará continuidade aos mutirões de entregas, medida que faz parte do plano de contingência da empresa que visa minimizar os impactos. Outras ações como apoio dos empregados da área administrativa, que vão auxiliar na operação, e o remanejamento de veículos estão sendo adotadas.
A iniciativa demonstra o compromisso dos Correios com a qualidade operacional e com os clientes, neste momento em que os serviços da estatal são ainda mais essenciais aos brasileiros.
As agências estão abertas com a oferta de serviços e produtos, inclusive o SEDEX e o PAC, que continuam sendo postados e entregues. A empresa informa ainda que permanecem temporariamente suspensos os serviços com hora marcada, medida em vigor desde o anúncio da pandemia.
Situações pontuais, quando reportadas à empresa por meio dos canais oficiais de relacionamento, são prontamente averiguadas e solucionadas. Os clientes podem entrar em contato pelos telefones 3003-0100 e 0800 725 0100 ou pelo endereço http://www.correios.com.br/fale-com-os-correios.
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