Na sexta-feira, moeda norte-americana fechou a R$ 5,6078, acumulando alta de mais de 3% na semana. Notas de dólar
Reuters
Após um início de negócios em queda, o dólar opera sem direção definida nesta segunda-feira (24), ao redor de R$ 5,60, em sessão marcada pelo apetite por risco em meio a esperanças sobre um tratamento para a Covid-19, mas os investidores locais seguem atentos à situação fiscal do Brasil.
Às 13h, a moeda norte-americana subia 0,22% a R$ 5,5957. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, o dólar fechou em alta de 1%, a R$ 5,6078, acumulando avanço de 3,29% na semana. Na parcial do mês, já subiu 7,85%, e no ano, tem alta de 40,31%.
O Banco Central realizará nesta segunda-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.
c
Mesmo com recessão recorde, tombo da economia deve ser menor do que o esperado
Cena local e externa
No exterior, o viés era positivo nos mercados, com a aprovação do principal regulador de medicamentos dos estados Unidos para o uso emergencial de plasma sanguíneo — rico em anticorpos — em pacientes de Covid-19 elevando as esperanças de tratamento e estimulando apostas em uma recuperação econômica mais rápida.
No fim de semana, grandes economias europeias, como Itália, Espanha e França, registraram casos recordes de coronavírus desde o fim das medidas de confinamento, levantando receios sobre uma possível volta das restrições no continente.
Enquanto isso, no Brasil, os investidores seguiam de olho na saúde fiscal do país, depois que preocupações sobre as contas públicas derrubaram o real na semana passada, à medida que o governo gasta com medidas de auxílio econômico em resposta à pandemia.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na semana passada que novidades serão apresentadas pela sua equipe na terça-feira, em cerimônia para anúncio do Pró-Brasil, um plano para a retomada econômica, evento que deve atrair o foco dos agentes do mercado.
“A revelação dos programas pode inflamar os anseios em torno de uma falta de compromisso do governo com o teto de gastos e com a contenção do endividamento público em geral”, disse em nota o time econômico da Guide Investimentos.
“Caso o governo não apresente uma explicação detalhada e convincente de como os programas que aumentarão os gastos serão compensados pelos programas de redução de gastos, uma retomada da pressão cambial (…), vista na semana passada, pode voltar a ocorrer”, acrescentaram.
Na agenda de indicadores, os economistas do mercado financeiro reduziram a previsão para o tombo Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, revisando a estimativa de uma redução de 5,52% para 5,46%. Essa foi a oitava semana seguida de melhora do indicador.
PIB do 2º trimestre trará recessão recorde; analistas veem recuperação do nível pré-pandemia só em 2022
Segundo o relatório divulgado pelo BC nesta segunda-feira, os analistas do mercado também elevaram a estimativa de inflação para 2020 de 1,67% para 1,71%. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 continuou em R$ 5,20. Para o fechamento de 2021, ficou estável em R$ 5 por dólar.
A confiança do consumidor teve leve alta em agosto e retornou ao nível de março, segundo indicador da FGV. A pesquisa mostrou, porém, que entre os consumidores de renda baixa houve piora e que a população com maior poder aquisitivo também está menos satisfeita com o momento, preferindo poupar a consumir.
Comentar