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Hackers criam e invadem canais no YouTube para disseminar fraude com criptomoedas

Golpe é semelhante ao que foi promovido no Twitter, prometendo dinheiro em dobro para quem depositar valores em carteiras específicas. Transmissão ao vivo realizada com golpe de bitcoin no YouTube.
Reprodução
Hackers estão criando e invadindo canais no YouTube para iniciar “lives” falsas que prometem “retorno em dobro” a quem enviar dinheiro para carteiras de criptomoeda, como o Bitcoin. As transmissões usam nomes de celebridades do mundo da tecnologia, como Steve Wozniak e Elon Musk para aumentar a “credibilidade” do golpe.
Em alguns casos, as transmissões também são realizadas a partir de canais novos. Essas transmissões, no entanto, têm um alcance menor, já que não contam com a base de inscritos e o favorecimento dado pelo algoritmo a canais mais estabelecidos.
Os criminosos, porém, também podem inflar as estatísticas de visualização do canal para dar a impressão de que as transmissões são mais populares do que realmente são.
De acordo com o site da “CBS News”, Steve Wozniak, um dos fundadores da Apple, moveu uma ação na Justiça contra o YouTube. Wozniak alega que o uso impróprio de sua imagem nesses golpes está prejudicando sua reputação.
Em julho, a consultoria Whale Alert publicou um relatório informando que usuários teriam perdido o equivalente a US$ 24 milhões (cerca de R$ 125 milhões) em bitcoin nesse tipo de golpe.
O tema da fraude lembra o golpe promovido no Twitter prometendo retorno em dobro para quem depositasse criptomoedas nas carteiras especificadas. No entanto, em vez de partir diretamente dos canais invadidos, a oferta é sempre colocada em nome de outras pessoas.
As transmissões “ao vivo” utilizam eventos passados e gravados, associados à “oferta” de retorno em dobro.
Os invasores muitas vezes conseguem acesso aos canais invadidos enviando uma proposta comercial falsa aos responsáveis. Quando o link na “proposta” é acessado, informações podem ser roubadas da vítima. Em outros casos, a “proposta” envolve a divulgação de um aplicativo, que rouba informações do computador quando o youtuber instala o programa para testá-lo.
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O blog procurou o YouTube para comentar o assunto. Por meio de nota, a empresa afirmou que leva a segurança de contas “muito a sério” e que notifica os donos dos canais quando encontra suspeitas de invasão. O YouTube também disse que recomenda que a ativação da autenticação de dois fatores e que donos de canais podem procurar sua equipe para recuperar o controle das contas.
A nota não comenta a ação movida por Steve Wozniak.
Google removeu seis milhões de vídeos
O Google publicou um relatório de transparência informando quantos vídeos foram removidos do YouTube de janeiro a março de 2020 por violações de políticas da rede social. Segundo a empresa, foram 6,1 milhões de vídeos. Só no Brasil, foram 484 mil remoções de vídeos.
A companhia também afirmou que removeu 1,97 milhão de canais.
A maioria das remoções (87,5%) foi motivada pela presença de “spam, conteúdo enganoso e golpes”. A companhia não informou, porém, exatamente quais golpes ocorreram na plataforma. Nudez (8%) e segurança infantil (2,6%) foram as outras razões mais comuns.
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Selo Altieres Rohr
Ilustração: G1

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