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PF prevê uso de satélite para monitoramento diário contra crimes ambientais

Nova ferramenta foi anunciada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza. PF diz que sistema será superior ao do INPE e pode ser usado para acompanhar obras públicas. O diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, disse nesta quinta-feira (06) que pretende implementar um sistema de monitoramento diário via satélite contra crimes ambientais no país.
“Nós vamos ter em breve imagens de todo território nacional de ‘menos um’. O que quero dizer com isso: sempre vou ter imagem do dia anterior. Então, eu tenho imagens de qualquer lugar do Brasil de ontem. Eu consigo fazer inclusive a regressiva, pegar imagens dia-a-dia de meses, anos atrás”, disse Souza, durante participação no 3º Simpósio Internacional de Segurança, realizado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.
“Pra que vai servir isso: controle de desmatamento. Vai servir bastante para acompanhar o incremento ou crescimento em determinada região, a questão do garimpo, até a questão de corrupção vai facilitar, no momento em que eu consigo ter imagens e acompanhamento de obras via satélite”, afirmou.
O diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, ao lado do presidente Jair Bolsonaro
Isac Nóbrega/PR
Nesta sexta (7), a PF informou que o novo sistema terá qualidade cerca de 10 vezes superior ao usado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no monitoramento do desmatamento e de queimadas no país.
Mais cedo nesta sexta, o INPE divulgou que as áreas com alerta de desmatamento na Amazônia aumentaram 34,5% no período de um ano.
De agosto de 2019 até o dia 31 de julho deste ano, houve alerta de desmatamento de 9.205 km² de área da floresta, uma área mais que seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Entre agosto de 2018 e julho de 2019, esse número tinha ficado em 6.844 km².
Dados do Inpe mostram que áreas com alerta de desmatamento cresceram 34,5% em um ano
PF prevê utilizar a ferramenta para investigações criminais, na apuração de desmatamento e queimadas criminosos e de garimpos ilegais, por exemplo. Ainda de acordo com a Polícia Federal, o sistema vai permitir o acompanhamento de obras executadas com recursos federais.
Rolando também afirmou que irá unificar a biometria em todo o país.
“Em breve nós teremos a unificação da biometria de todo o país e isso não vai servir apenas para a questão criminal. O Ministério da Economia já nós procurou para fazer uso dessa biometria, hoje tem pessoas que recebem 10, 15 benefícios sociais, por que tem 15 CPFs. Então com a questão da biometria isso vai auxiliar e facilitar bastante”, afirmou.
O Conselho Gestor do Fundo Nacional de Segurança Pública já aprovou cerca de R$ 145 milhões para a implementação dos dois projetos. O programa de monitoramento de crimes ambientais foi batizado de Brasil M.A.I.S (Meio Ambiente Integrado e Seguro) e o de identificação de ABIS (Sistema Automatizado de Identificação Biométrica, em tradução).
Novo concurso
Na última sexta-feira (31), o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou que está em preparação um concurso para abrir 2.000 vagas para Polícia Federal.
Durante o simpósio, Rolando confirmou a intenção de abertura do novo concurso.
“Encaminhamos para o MJ (Ministério da Justiça) um novo pedido para mais 2.000 mil vagas. Com essas 2.000 mil vagas nós vamos atingir o maior quantitativo histórico da Polícia Federal”, afirmou.

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