Ministro da Economia participou de videoconferência promovida por instituto de Chicago (EUA). Ele declarou que o Brasil vai preservar floresta amazônica. O ministro da Economia, Paulo Guedes
Jornal Nacional/ Reprodução
O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu nesta quinta-feira (6), em videoconferência promovida por um instituto de Chicago (EUA), que os estrangeiros sejam “gentis” com o Brasil porque eles, afirmou, destruíram as próprias florestas.
Guedes respondia a uma pergunta sobre a preservação da Amazônia, motivada pela preocupação de investidores estrangeiros com a preservação da floresta nativa brasileira.
“Eu só peço que vocês sejam gentis, pois nós somos muito gentis. Nós entendemos sua preocupação. Tendo vivido tudo o que vocês viveram, vocês querem nos poupar de destruir nossas florestas, como vocês destruíram as de vocês. Vocês querem nos poupar de perseguir índios, nativos. Nós entendemos isso”, declarou.
A videoconferência foi promovida pelo Aspen Institute, um “think tank” (instituição destinada ao debate de ideias) internacional fundado em 1949.
Nesta semana, o Ministério do Meio Ambiente propôs, em ofício enviado para o Ministério da Economia, a redução da meta oficial de preservação da Amazônia. Depois, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recuou (veja vídeo abaixo). Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento na região cresceu quase 30%.
Salles recua de proposta para reduzir meta oficial de preservação da Amazônia
O ministro da Economia afirmou que a Amazônia é território brasileiro e que as florestas serão preservadas.
“Nós estamos estamos no acordo de Paris, temos crédito de carbono. Vamos taxar o carbono no Brasil, vamos preservar nossas florestas. Não precisamos ir à Amazônia para produzir bens agrícolas. Isso não vai acontecer”, disse.
Ele afirmou que os militares brasileiros amam a Amazônia, fazem treinamentos na região durante o período de formação e não atacam índios.
Nesse momento, ele citou o general norte-americano George Armstrong Custer, que morreu enfrentando índios nativos nos Estados Unidos.
“Isso não aconteceu aqui. Grandes histórias sobre como matamos nossos índios são fake”, declarou.
Guedes disse ainda que, com exceção de Canadá e Rússia, o Brasil é o país com a maior parte de sua região natural preservada.
“Não há caso de extinção com guerras, extermínios, como aconteceu em vários países e nos Estados Unidos. Nós sabemos da história dos Estados Unidos, sabemos que vocês tiveram guerra civil, escravidão”, disse.
Entidades ambientais se unem para apresentar proposta de combate ao desmatamento
Combate à corrupção
Questionado durante a videoconferência se a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça não prejudicava o combate à corrupção, Guedes afirmou que era um grande admirador do ex-ministro.
E creditou a saída de Moro a um “problema de interpretação” com o presidente Bolsonaro, assim como aconteceu, segundo afirmou, com o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde.
“Em um regime democrático, um ministro, como eu, como o Moro, é removível. Se tem um desentendimento com o presidente, você é removido”, disse.
Guedes disse que convidou Moro para participar do governo Bolsonaro uma semana antes do segundo turno das eleições, quando o encontrou. O ministro afirmou que sempre foi um admirador da Operação Lava Jato – que apurou desvios de recursos da Petrobras no governo petista.
“A base do nosso problema é: vamos desestatizar a economia. Esse é um velho problema. Sabemos onde temos que ir. Moro era um lutador contra a corrupção que o sistema econômico doente causou ao Brasil, degenerando a nossa democracia e estagnando nossa economia”, disse o ministro.
Ele disse, ainda, que havia “combatentes” de Moro, que estavam “em todos os lugares”. “Não era o Bolsonaro contra o Moro, havia combatentes contra Moro. Ele era uma ameaça. Eu acredito que o presidente Bolsonaro está lutando contra a corrupção, e eu acredito que seu julgamento”, concluiu.
Comentar