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Com perda de postos de trabalho que pagam menos, rendimento médio sobe para R$ 2.500

Com alta de 4,6% em 3 meses, valor médio é o maior já registrado pela série histórica do IBGE e reflete principalmente a queda mais acentuada do número de trabalhadores informais. Em meio ao aumento do desemprego e queda recorde no número de ocupados no país, o rendimento médio do trabalhador voltou a crescer no trimestre encerrado em junho, chegando a R$ 2.500, o maior desde o início da série histórica, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar no título perda de postos de trabalho que pagam melhor. A informação foi corrigida às 11h30)
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A alta, no entanto, não significa necessariamente uma melhora nas remunerações dos trabalhadores, e reflete, principalmente, a redução mais acentuada do número de informais, grupo que geralmente ganha remunerações menores que a dos empregados com carteira assinada ou trabalhadores por conta própria formalizados.
Segundo o IBGE, o rendimento médio real habitual teve aumento de 4,6% na comparação com o trimestre encerrado em março, chegando a R$ 2.500, o maior desde o início da série histórica iniciada em 2012. Há 1 ano, era de R$ 2.339.
“No segundo trimestre, com uma redução importante da população ocupada, a maior parte dessa redução vem dos trabalhadores informais, que são os de menor rendimento. Isso faz com que a média do rendimento acabe aumentando. Com relação à massa de rendimento, por mais que o rendimento médio aumente, sempre acaba pesando mais essa redução bastante forte da população ocupada”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Rendimento médio do trabalho
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O rendimento médio do trabalhador com carteira assinada ficou em R$ 2.294, ao passo que o do empregado sem carteira foi de R$ 1.585. No trimestre encerrado em março, os valores médios estavam em R$ 2.268 e R$ 1.499, respectivamente.
Já a média de rendimento dos trabalhadores por conta própria ficou em R$ 3.007 para aqueles que possuem CNPJ e em R$ 1.392 para os não formalizados. Há 3 meses, os valores eram R$ 3.010 e R$ 1.380, respectivamente.
IBGE: Brasil tem 12,8 milhões de desempregados no país
País perde 8,9 milhões de postos em 3 meses
Nos últimos 3 meses, o Brasil perdeu 8,9 milhões de postos de trabalho, uma queda de 9,6% em relação ao trimestre encerrado em março. Com isso, a população ocupada (83,3 milhões de pessoas) chegou ao menor nível da série histórica.
As medidas de paralisação para conter a propagação do coronavírus em todo o país fecharam empresas e consequentemente provocou perdas generalizadas de vagas de trabalho, sobretudo entre o informais.
Do total de 8,9 milhões de postos de trabalho perdidos, 6 milhões eram de informais, sendo 2,4 milhões de empregados sem carteira assinada e outros 2,4 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ. As maiores baixas foram registradas no comércio, nas atividades de alojamento e alimentação e nos serviços domésticos.
Variação de vagas por setor
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Com a maior destruição de postos de trabalho não formais, a taxa de informalidade no país caiu para 36,9% da população ocupada, ou 30,8 milhões de trabalhadores, a menor da série, iniciada em 2016. Há 1 ano, estava em 41,2%.
Os trabalhadores informais somam os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e sem remuneração.
Massa de rendimentos encolhe R$ 12 bilhões
Com menos pessoas trabalhando e sendo remuneradas no país, a massa de rendimento real do trabalho teve redução de 5,6% em 3 meses, o que representa uma perda de R$ 12 bilhões no volume em circulação na economia.
Para analistas, a tendência é de uma piora no indicador de indicador de rendimentos do trabalho à partir de uma recuperação econômica pós-Covid e reincorporação parcial dos trabalhadores informais.
“Será vista uma lenta recuperação da massa de rendimentos do trabalho – o que tenderá a se agravar na massa salarial ampliada, com o fim do Auxílio Emergencial, que em maio chegou a quase 10% de todos os rendimentos da população”, avaliou o Ibre/FGV em seu último boletim macro.

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