Sinais de melhora da atividade no mundo ajudam a impulsionar as cotações, mas tensões entre EUA e China preocupam. Os contratos futuros de petróleo encerraram a sexta-feira (24) próximos da estabilidade, mas acumularam ganhos na semana. Os investidores pesam, por um lado, sinais de melhora na atividade econômica global e, de outro, um cenário de crescentes tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China.
Também segue no radar dos agentes financeiros o impacto dos casos crescentes da Covid-19 em partes do mundo, o que poderia levar a uma desaceleração da recuperação econômica.
Os contratos futuros do Brent para o mês de setembro avançaram 0,06%, encerrando o dia negociados a US$ 43,34 o barril na ICE, em Londres. Os preços do WTI para o mesmo mês avançaram 0,53%, a US$ 41,29 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). No acumulado semanal, as referências global e americana subiram 0,13% e 1,17%, respectivamente.
“Novos casos de covid e a crescente guerra fria entre os EUA e a China pressionam o petróleo”, afirmou Phil Flynn, analista sênior de mercado do Price Futures Group. Ainda assim, segundo ele, “parece que partes da economia global estão se recuperando, à medida que os dados econômicos dão sinais de melhora”.
Investidores do mercado de petróleo afirmaram que os dados econômicos da Europa ajudaram a injetar algum otimismo nos mercados em relação à demanda. O índice de gerentes de compras (PMIs) preliminares da zona do euro se recuperaram acentuadamente em junho, com o PMI de manufatura da região subindo para 51,1 de 47,4 e o PMI de serviços para 55,1 de 48,3.
Na China, “as refinarias operadas em julho provavelmente atingiram altas recordes, pois as empresas elevaram as taxas médias de operação para 84% da capacidade”, afirmou Flynn. A S&P Global Platts informou que o rendimento das refinarias domésticas da China subiu 9% na comparação anual, atingindo uma alta histórica de 14,14 milhões de barris por dia em junho, citando dados da Administração Geral de Alfândegas.
No entanto, analistas também apontam para os riscos das crescentes tensões entre Estados Unidos e China. “São necessárias relações comerciais internacionais suaves para que a demanda por petróleo permaneça ininterrupta a longo prazo. Tensões entre os EUA e a China nunca são um bom sinal”, escreveu Bjornar Tonhaugen, diretor de mercados de petróleo da Rystad Energy, em uma nota diária.
“Fechar consulados é uma escalada clara e como esse relacionamento se desenvolve é algo para se manter no radar”, disse ele.
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Até agora, o mercado exibiu reações suaves às recentes crises sino-americanas em meio à pandemia da covid-19.
Analistas de commodities também apontam que as tempestades que se formam na costa do Golfo dos EUA podem elevar os preços da commodity, já que podem criar interrupções na oferta da região, rica em petróleo . A tempestade tropical Hanna, formada no fim de ontem no Golfo do México, estava a cerca de 455 quilômetros de Corpus Christi, Texas, no início da sexta-feira, segundo o National Hurricane Center.
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