Nove frigoríficos paralisaram atividades em 3 julho em função de casos de covid-19, diz Ministério thumbnail
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Nove frigoríficos paralisaram atividades em 3 julho em função de casos de covid-19, diz Ministério

Contaminação entre trabalhadores interrompeu funcionamento de abatedouros nos estados do Rio Grande do Sul, Rondônia, Paraná, Paraíba, São Paulo e Goiás. Frigorífico de carne bovina
REUTERS/Paulo Whitaker
Nove frigoríficos brasileiros tiveram as atividades de abate paralisadas em 3 de julho, em função de registro de casos de Covid-19 entre funcionários, divulgou o Ministério da Agricultura na noite desta quarta-feira (15), em um relatório do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Somente no Rio Grande do Sul, três abatedouros ficaram parados (dois de aves e um de suínos). Rondônia (bovinos), Paraná (aves), Tocantins (bovinos), Paraíba (aves), São Paulo (aves) e Goiás (aves e suínos) também foram fechados.
O relatório do SIF, porém, não menciona quantos funcionários foram contaminados nessas unidades. Também não existe um levantamento nacional sobre casos de coronavírus em abatedouros. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou em entrevistas que há um estudo interno do governo com essa informação. O G1 pediu acesso ao conteúdo, mas ainda não obteve resposta.
Servidores infectados
Por outro lado, o relatório do SIF aponta que, em junho de 2020, 16 servidores do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério foram diagnosticados com Covid-19.
Atualmente, o Dipoa tem 1.588 funcionários que atuam em abatedouros frigoríficos. Na última semana de junho, 117 deles estavam afastados por serem casos confirmados, suspeitos ou terem tido contato com pessoas infectadas.
O relatório mostra ainda que, dos 27 funcionários do SIF que já tiveram coronavírus, 21 já se recuperaram e retornaram ao trabalho, o que representa 78% de recuperação.
Ações em frigoríficos
O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem realizado ações em abatedouros por conta aumento da contaminação entre trabalhadores. Até o dia 7 de julho, o órgão havia pedido, na Justiça, a interdição de 11 frigoríficos em 6 estados.
Essas ações chegaram a receber críticas do setor, como de dirigentes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa os frigoríficos de carne de porco e de frango. Segundo a associação, tem ocorrido uma “demonização” da atividade.
“Houve uma obrigação de se fazer TAC, os Termos de Ajustamento de Conduta com o MP, e poucas não fizeram”, disse o presidente da ABPA, Francisco Turra, nesta quarta. O MPT fechou TACs com 87 unidades frigoríficas até 7 de julho. Aurora, BRF, Marfrig e Minuano são algumas das empresas que assinam o acordo.
Embargos da China
Por conta do aumento da contaminação, seis unidades de abatedouros brasileiros já tiveram as exportações suspensas pela China. Do total, 4 são de aves e suínos (todas no Rio Grande do Sul) e 2 de carne bovina.
Antes da pandemia, eram 63 unidades de carnes de frango e porco que poderiam vender aos chineses, agora são 57.
Segundo Turra, houve um pedido formal do Ministério da Agricultura para reabrir o mercados para essas unidades, mas que a decisão, agora, depende da China.
Os frigoríficos são considerados como atividade essencial na pandemia e, portanto, não paralisaram seu funcionamento. Os locais possuem baixas temperaturas e costumam reunir muitos funcionários nas linhas de produção, o que é um risco para o contágio.
O Brasil possui 446 frigoríficos, segundo dados do Ministério da Agricultura.

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