Estudantes do Grupo de Experimentação Agrícola da Esalq-USP visitam, anualmente, fazendas e centros de pesquisas, para expandir o conhecimento além da sala de aula. Expedição de alunos de agronomia pelo Brasil une ensino teórico e prático
Em todo o mês de janeiro, os alunos do Grupo de Experimentação Agrícola (GEA) costumam realizar uma longa expedição por fazendas e centros de pesquisas do Brasil.
O objetivo viagem é expandir o conhecimento e colocar na prática o que foi aprendido em sala de aula. Com isso, o GEA, que é parte da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq-USP), ajuda a preparar os futuros agrônomos para a realidade da profissão.
O fundador do GEA, o professor José Láercio Favarin, diz que as atividades do grupo são importante para tirar os estudantes da zona de conforto. “A hora em que ele começa a fazer, tira ele da zona de conforto, porque ele percebe que, apesar de ter passado por um conhecimento, não sabe aplicá-lo”, diz.
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A estudante Ynayê Parente, que chegou a fazer um planejamento de milharal no GEA, vê o grupo como um lugar de intenso aprendizado. “A gente fez a teoria e aqui a gente aplicou a prática. Então, é gratificante demais isso”.
Jornada
Em janeiro passado, antes da pandemia de coronavírus, 12 estudantes do grupo viajaram para laboratórios e fazendas dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No total, eles percorreram 5,8 mil km, de Piracicaba (SP) até Passo Fundo (RS), o ponto mais distante da viagem.
No oeste paulista, os alunos encontraram o agrônomo Guido Aguilar Sanchez, consultor da Cooperativa Holambra, que contou a eles como a produção agrícola é capaz de transformar paisagens.
Guido testemunhou como o algodão atraiu a agricultura para a região que, antes, só exercia atividades pecuárias.
“Quando nós chegamos aqui, não tinha nem estrada asfaltada. Não tinha muitas lojas, não tinha hotel, não tinha nada. Hoje existem casas, existem lojas, tudo baseado nessa agricultura (do algodão)”, conta Guido aos alunos.
Na mesma região, os estudantes também puderam conversar com a antiga aluna da Esalq, Maira Sardi, que já fez o mesmo tipo de expedição. Ela administra, há dois anos, a fazenda da família focada na cultura do algodão.
Já durante a passagem pelo Paraná, os estudantes acompanharam a intensa movimentação de grãos em Paranaguá, o maior porto de exportação de produtos agrícolas do Brasil.
Em Passo Fundo (RS), por sua vez, conheceram a Embrapa Trigo, uma importante unidade de pesquisa para cultivos em locais frios. Lá, o melhorista Pedro Schering contou aos alunos a história do trigo na região e falou sobre o trabalho de pesquisa para aumentar a produção.
O passo a passo da expedição é sempre documentado por fotos e vídeos feitos pelos próprios estudantes. Na volta, eles sempre compartilham experiências com os demais alunos do curso.
Porém, com a chegada da pandemia, as trocas e os debates tiveram que ser todas por reuniões on-line.
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