Ministra da Cultura afirmou explicou que será difícil que ela fique ‘exatamente idêntica’ e que Macron tomará a decisão final. ONG fez protesto contra aquecimento global em guindastes das obras de reconstrução. Foto tirada durante protesto do Greenpeace mostram obras na catedral de Notre Dame, em Paris, nesta quinta-feira (9)
Greenpeace via AP
A ministra da Cultura da França afirmou que existe um consenso para que a agulha da catedral de Notre Dame de Paris, que desmoronou no incêndio de 2019, seja reconstruída conservando a sua estética original. A obra deve ser discutida nesta quinta-feira (9) e o presidente Emmanuel Macron tomará a decisão final.
“Há um amplo consenso na opinião pública e entre os que tomam as decisões para reconstruir tal como era a agulha”, afirmou Roselyne Bachelot à rádio France Inter.
Bachelot explicou que será difícil que fique “exatamente idêntica” e afirmou que a decisão final corresponderá, a princípio, ao presidente Emmanuel Macron.
O debate sobre a reconstrução da agulha, um dos símbolos da capital francesa, provoca divisões há vários meses. De um lado estão os que preferem conservar a estética da agulha original e, do outro, aqueles que desejam incluir um “gesto arquitetônico contemporâneo”.
Fotos mostram a torre da Catedral de Notre-Dame antes e depois do incêndio desta segunda (15).
Geoffroy van der Hasselt/Ludovic Marin/AFP
O arquiteto responsável pelas obras, Philippe Villeneuve, é abertamente hostil à segunda opção, segundo a France Presse.
A declaração da ministra da cultura foi dada poucas horas antes da reunião de uma comissão que discutirá, além da reconstrução da agulha, a reconstrução do telhado e da estrutura deste monumento gótico, que é um dos principais cartões postais da cidade.
No momento, as obras de Notre-Dame, que foram suspensas durante o confinamento, estão na delicada fase de retirada dos andaimes instalados antes do devastador incêndio e que foram completamente deformados pelas chamas.
A operação deve terminar, no mais tardar, em setembro, quando poderá começar a restauração propriamente dita.
Macron fixou prazo de cinco anos para o fim da reconstrução da catedral, segundo monumento histórico mais visitado da Europa.
Protesto contra aquecimento global
Greenpeace colocou uma faixa em um guindaste com a mensagem ‘Clima. Em ação’, perto da Catedral de Notre Dame, em Paris, nesta quinta-feira (9)
Greenpeace via AP
A catedral amanheceu nesta quinta com uma faixa estendida pelo Greenpeace em um dos guindastes utilizados nas obras de reconstrução do monumento. A proposta da ONG seria de convidar o governo a “agir” contra o aquecimento global.
A ministra criticou a ação. “Atacar um lugar tão importante para o consciente e o inconsciente coletivo… acredito que o Greenpeace não está servindo a uma causa, que, de outra forma, seria justa”, declarou Bachelot.
A ministra afirmou que a área da Notre Dame está “extremamente frágil” e que “qualquer intrusão” poderia ter “consequências realmente prejudiciais”.
O diretor-geral do Greenpeace na França, Jean-François Julliard, contou à AFP que os ativistas “não haviam tocado na catedral” e que a ação não implicava “nenhum risco nem para a construção, nem para o canteiro de obras”. Ele lamentou que a ministra tenha reagido mais à “peripécia” que à “causa” da ação.
Comentar