Reunião integra esforço do governo para melhorar imagem do Brasil no exterior. Investidores cobraram em cartas ações concretas de preservação do meio ambiente. Mourão e Ricardo Salles participam de reunião nesta quinta com empresários
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e ministros do governo federal realizam na manhã desta quinta-feira (9) uma videoconferência com investidores estrangeiros para tratar da preservação do meio ambiente no Brasil.
Mourão comanda o Conselho da Amazônia e, conforme sua agenda, participam da conversa por vídeo os ministros Walter Souza Braga Netto (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura), Ricardo Sales (Meio Ambiente), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Fábio Faria (Comunicação), e Roberto Campos Neto (Banco Central).
Antes da videoconferência, o ministro Ricardo Salles afirmou ao G1 que o governo brasileiro deseja apresentar aos investidores formas de apoiarem projetos que preservam a Amazônia.
“Vamos apresentar aos investidores mecanismos pelos quais eles possam ajudar efetivamente, tais como o Floresta que é o Pagamento Pelos Serviços Ambientais e também o Adote1Parque, que engloba a parceria para as 132 unidades de conservação na Amazônia”, disse.
Segundo a Vice-Presidência, a videoconferência conta com a participação de representantes dos seguintes fundos de investimentos:
Legal and General Investment Management – Reino Unido;
Nordea Asset Management – Suécia;
SEB Investment Management – Suécia;
Storebrand Asset Management – Noruega;
KLP – Noruega;
Robeco – Países Baixos;
AP2 Second Swedish National Pension Fund – Suécia;
Sumitomo Mitsui Trust Asset Management – Japão.
O governo brasileiro tenta melhorar sua imagem em relação à proteção da Amazônia e de povos indígenas diante de críticas e alertas que tem recebido de investidores, preocupados com temas como aumento do desmatamento e de queimadas na região.
Nesta semana, executivos de 38 grandes empresas brasileiras e estrangeiras enviaram uma carta a Mourão cobrando ações concretas de combate ao desmatamento no país, conforme noticiou o jornal “Valor Econômico”.
Intitulado de “Comunicado do Setor Empresarial Brasileiro”, o documento também foi assinado por quatro entidades setoriais do agronegócio, do mercado financeiro e da indústria.
Na última terça (7), ao blog do jornalista Valdo Cruz, colunista do G1, Mourão afirmou que deseja mostrar aos investidores que o governo irá adotar medidas para melhorar a política ambiental brasileira.
No mês passado, um grupo de investidores responsável por cerca de R$ 20 trilhões enviou uma carta aberta às embaixadas brasileiras de oito países (Estados Unidos, Japão, Noruega, Suécia, Dinamarca, Reino Unido, França e Holanda) para citar a preocupação com o aumento do desmatamento no Brasil.
A carta foi assinada por 29 grandes fundos internacionais de investimento, que dizem acompanhar com preocupação a tendência de aumento do desmatamento no Brasil e que a situação cria incerteza sobre as condições para investir e fornecer recursos financeiros ao país.
Desde que tomou posse, o presidente da República Jair Bolsonaro é criticado por ter tomado medidas que afrouxaram a fiscalização ambiental. As críticas ao país ameaças inclusive o acordo comercial entre Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e União Europeia.
Recentemente, o registro de queimadas na Amazônia voltou a subir – em junho foi o maior observado para o mês desde 2007, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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