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Economia

Zuckerberg perde R$ 39 bilhões com Coca-Cola e Unilever fora do Facebook

Lista de empresas que estão boicotando a rede social tem aumentado nos últimos dias. Elas pedem mais ações contra discursos de ódio na internet. Mark Zuckerberg em discurso na Universidade Georgetown, em Washington em outubro de 2019
Reprodução
Após uma série de empresas como Unilever e a Coca-Cola afirmarem que irão suspender seus anúncios nas redes sociais, as ações do Facebook tiveram uma queda de 8,3% na última sexta-feira (26), uma perda de US$ 56 bilhões (R$ 306,8 bilhões) do valor de mercado da empresa.
Segundo a agência Bloomberg, com essa desvalorização, o presidente da companhia, Mark Zuckerberg, viu sua riqueza pessoal recuar US$ 7,2 bilhões (R$ 39,4 bilhões).
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A Unilever, dona de muitas marcas de produtos domésticos como o sabonete Dove, a maionese Hellmann’s e o chá Lipton, soma-se a uma lista crescente de companhias que estão boicotando o Facebook por períodos de tempo variados, como Verizon Communications, Patagonia, VF Corp., Eddie Bauer e Recreational Equipment.
A medida das marcas é um marco importante na escalada de esforços dos anunciantes para que as companhias tecnológicas adotem mudanças em relação ao conteúdo publicado nas redes.
A iniciativa quer que sejam feitos mais esforços para impedir o discurso de ódio.
“Com base na atual polarização e na eleição que teremos nos EUA, precisa haver muito mais fiscalização na área do discurso de ódio”, disse Luis Di Como, vice-presidente executivo de mídia global da Unilever.
“Continuar anunciando nessas plataformas neste momento não acrescentaria valor às pessoas e à sociedade”, declarou a empresa.
A suspensão, que deve valer até o fim do ano, também afeta o Instagram.
A Coca-Cola foi mais longe que a maioria dos anunciantes, e afirmou na sexta que vai suspender os gastos de publicidade em todas as plataformas de redes sociais por pelo menos 30 dias –incluindo Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e Snap.
“Não há lugar para racismo no mundo, e não há lugar para racismo nas redes sociais”, disse o executivo-chefe da Coca-Cola, James Quincey, em um comunicado.
Como resposta à pressão dos anunciantes, o Facebook anunciou também na sexta que começará a marcar postagens com discurso político que violem suas regras e tomará outras medidas para evitar a repressão a eleitores e proteger minorias contra abusos.
A preocupação do Facebook com o boicote de grandes marcas às redes sociais não é à toa. A publicidade faz parte de quase toda a receita da companhia.
No primeiro trimestre deste ano, o faturamento total da empresa fechou em US$ 17,7 bilhões (R$ 96,9 bilhões), dos quais 98% ou US$ 17,4 bilhões (R$ 95,3 bilhões) vieram da publicidade, de acordo com o relatório divulgado a investidores.
O Facebook, no entanto, declarou que não toma decisões políticas por causa da pressão das receitas, e um porta-voz disse que as mudanças são uma decorrência do compromisso feito por Zuckerberg de se preparar para as próximas eleições.

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